Jornal de Angola

Município de Xá-Muteba tem mais água potável

O novo sistema de captação, tratamento e distribuiç­ão permitiu já a abertura de 388 ligações domiciliár­ias

- Armando Sapalo | Dundo

Bairros da sede municipal de Xá-Muteba, na província da Lunda-Norte, contam com mais água potável, com a entrada em funcioname­nto do novo sistema de captação, tratamento­edistribui­ção,construído no quadro do Programa de Investimen­tos Públicos.

Em declaraçõe­s à imprensa, o responsáve­l da área técnica da Administra­ção Municipal de Xá-Muteba, Santos Alberto, explicou que, além da captação, foram construída­s outras infra-estruturas, com destaque para um reservatór­io de trinta mil litros de água e nove fontanário­s, cada um com seis torneiras. Até ao momento, conforme esclareceu, foram feitas 388 ligações domiciliár­ias, das cerca de 450 previstas no projecto. O responsáve­l da área técnica da Administra­ção Municipal de Xá-Muteba avan çou que a distribuiç­ão de água é feita de forma intercalad­a, com vista a facilitar as acções de manutenção e controlo dos equipament­os.

“Num dia fazemos a distribuiç­ão e noutro interrompe­mos para facilitar que os técnicos possam fazer a manutenção e controlo dos equipament­os”, afirmou Santos Alberto. Com a entrada em funcioname­nto do novo sistema de captação, tratamento e distribuiç­ão, a população de Xá-Muteba considera que estão criadas as condições para que as pessoas deixem de percorrer longas distâncias em busca de água, até então retirada em lagoas e cacimbas. A munícipe Ana Francisco realçou que acabaram as dificuldad­es que as famílias residentes na sede municipal de Xá-Muteba enfrentava­m, para terem acesso à água. “As pessoas eram obrigadas a sair cedo de casa para irem buscar água nas lagoas e cacimbas, que muitas vezes causava doenças.”

Alargament­o da rede

As autoridade­s da LundaNorte estão, junto das estruturas centrais do Executivo, empenhadas em desenvolve­r vários projectos sociais, com vista a reduzir o impacto causado pela falta de água potável, sobretudo nas zonas de aglomerado­s populacion­ais. No mês de Setembro deste ano, foi anunciado que cerca de quinze mil famílias, de dez bairros da zona periférica e periurbana da cidade do Dundo, vão beneficiar de água potável, com a entrada em funcioname­nto das novas redes de produção e distribuiç­ão, no âmbito do projecto de desenvolvi­mento institucio­nal do sector (PDISA), com o início das obras previsto para Janeiro ou Fevereiro de 2020.

A garantia foi dada pela especialis­ta da unidade de coordenaçã­o do projecto do Ministério da Energia e Águas, Helena Elias, durante um seminário sobre o plano de implementa­ção de mecanismos de resolução de reclamaçõe­s, realizado no Dundo. A especialis­ta explicou que as obras que visam aumentar a capacidade de produção e distribuiç­ão de água potável, em nove cidades capitais de Angola, são financiada­s pelo Banco Mundial.

Helena Elias explicou que o projecto, que prevê maior incidência no alargament­o da rede de distribuiç­ão aos aglomerado­s populacion­ais das zonas periférica­s dos distritos urbanos do Dundo e do Mussungue, na capital da Lunda-Norte, vai permitir a abertura de quinze mil ligações domiciliár­ias, em dez bairros, numa extensão de 150 quilómetro­s.

“Antes do início das obras do novo projecto de alargament­o da rede de distribuiç­ão da capital da Lunda-Norte, existe uma série de acções sociais e ambientais preliminar­es que devem ser desenvolvi­das pelos técnicos do ministério de tutela, em coordenaçã­o com as autoridade­s do Governo Provincial e da empresa pública local gestora do sistema de águas e saneamento”, explicou Helena Elias.

O Banco Mundial, conforme alertou Helena Elias, só financia projectos que sejam ambiental e socialment­e sustentáve­is, daí a necessidad­e de se exigir aos governos provinciai­s documentos sobre o quadro do sistema de saneamento básico das cidades, assim como as políticas de reassentam­ento, como condições para avançar com as obras.

Sem avançar os custos das obras, a especialis­ta da unidade de coordenaçã­o do Ministério da Energia e Águas destacou que se trata de um projecto sustentáve­l, que vai oferecer melhorias significat­ivas nos serviços de abastecime­nto de água potável aos habitantes da cidade do Dundo.

Entreaspri­ncipaisexi­gências tendentes à viabilizaç­ão do projecto, acrescento­u Helena Elias,figuramoen­quadrament­o dalegislaç­ãoambienta­lelaboral angolana, metodologi­as de monitoriza­ção e definição de um organigram­a de comunicaçõ­es e responsabi­lidades.

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ARMANDO SAPALO | EDIÇÕES NOVEMBRO População da região deixa de percorrer longas distâncias e/ou depender de lagoas e cacimbas

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