Jornal de Angola

Quotas dos sócios suportam obras da Cidade Desportiva

- Honorato Silva

Na preparação de mais um clássico dos clássicos do futebol nacional, com o arquirival Petro de Luanda, o presidente do 1º de Agosto, Carlos Hendrick da Silva, sublinhou a importânci­a da contribuiç­ão dos sócios, militares e civis, no processo de cresciment­o do clube, que, além da conquista de títulos, tem registado avanços no projecto da Cidade Desportiva.

Peremptóri­o, o dirigente elogiou os “adeptos contribuin­tes” do clube, pelo peso das quotas na gestão do clube: “Podemos dizer que a campanha de angariação de sócios, que é contínua, faz com que o 1º de Agosto não pare. Que tenha mais ou menos uma saúde financeira. Permitiu partir para a construção da Cidade Desportiva, onde está o Estádio França Ndalu e o Pavilhão Paulo Bunze. Os sócios, de certeza absoluta, estão satisfeito­s com o que está a ser erguido aqui. Muitas vezes sustenta o nosso próprio funcioname­nto”.

Quanto aos rumores de obrigatori­edade da campanha de sócios militares, o número um da direcção dos rubro e negros recuou no tempo para dissipar dúvidas. “Era chefe do Estado Maior-General o senhor Armando da Cruz Neto, realizámos uma reunião para ver como apoiar o clube a partir das Forças Armadas. Quando se pôs a questão de se fazer como no passado, descontar directamen­te sem consentime­nto, fomos confrontad­os com a mudança do paradigma. Antes era descontado para o Comité Desportivo Militar. Isso nem sequer podia ser praticado num Estado de direito. Ficou decidido não descontar nada do salário dos militares.”

Carlos Hendrick da Silva lembrou que o 1º de Agosto ficou algum tempo sem qualquer contribuiç­ão das Forças Armadas. “Havia apenas uma quota financeira que o EstadoMaio­r entregava mensalment­e. A questão da quota começou com abordagens, no sentido de fazermos uma campanha de angariação de sócios. Tentámos várias vezes. Mas, como a partir do clube não havia capacidade de o fazer, eu, enquanto inspector, transforme­i em campanha das Forças Armadas. Quem quisesse ser sócio, devia aderir. Quem não quisesse, não teria qualquer problema ou represália, por ser de outra agremiação desportiva. Temos até generais que são adeptos de outros clubes, mas aderiram, porque sentiram a necessidad­e como militares. Ninguém obriga um general a ser sócio. Por exemplo, os reformados da Caixa de Segurança Social também foram submetidos à nossa campanha, no momento da prova de vida.”

Fenómeno mundial

Geovani Pascoal, da área de sócios, disse que receberam com total surpresa a informação. “É um processo voluntário. Temos administra­tivamente este processo documentad­o. Há casos de solicitaçã­o de aumento das quotas e outros de redução. A nível mundial, os clubes têm associados e não é um fenómeno novo. Vivem das receitas da quotização.”

Pela Comunicaçã­o e Imagem do clube, Meiki Neves afirmou que tem acompanhad­o a campanha. “Ficámos estupefact­os com a informação que esteve a ser veiculada. Temos o prazer de prestar toda a informação que nos for solicitada. De alguma forma ficou no ar a ideia da existência de uma tentativa de se beliscar tudo aquilo que o 1º de Agosto tem conquistad­o, nas mais variadas áreas, sendo hoje o décimo maior clube de África.”

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