Huambo detecta cancro da mama
O Hospital Geral do Huambo está dotado de meios técnicos para diagnosticar casos de cancro da mama, mas não tem condições para o tratamento adequado da referida doença, pelo que tem transferido os pacientes para o Instituto Nacional de Oncologia em Luanda, segundo a directora provincial da Saúde, Jovita André.
A responsável, que falava na conferência sobre o cancro da mama, que decorreu na cidade do Huambo, disse que os pacientes diagnosticados localmente são submetidos apenas a tratamentos paliativos e encaminhados ao Instituto de Controlo do Câncer, na capital do país.
“Para colmatar esta lacuna, está prevista a abertura, em 2020, na cidade do Huambo, do Centro Provincial de Controlo do Cancro”.
O sedentarismo, consumo excessivo de álcool, tabaco e alimentos gordurosos, segundo Jovita André, constituem os principais factores para o surgimento do cancro da mama e da próstata.
“O diagnóstico tardio eleva os riscos das pessoas afectadas, por isso, apelamos às pessoas a adirem às consultas preventivas”, sublinhou.
Por seu lado, o director do Instituto Angolano de Controlo do Cancro, Fernando Manuel, disse, no evento que decorreu sob o lema “Prevenção, Descrição e Tratamento Ajudam a Perceber Melhor”, que a maior dificuldade que a instituição que dirige enfrenta é acomodar os acompanhantes dos doentes. “É urgente a construção de centros de oncologia nas provínciais do Huambo, Benguela, Cabinda e Malanje, para reduzir a pressão sobre o centro de Luanda”, frisou.
Construção do centro
Para a médica Lourdes Garcia, a construção de um centro de oncologia na província do
Huambo “facilitaria os pacientes”, pois evitariam deslocarse a Luanda.
Segundo a especialista, “o cancro abarca um conjunto de mais de 100 doenças, tendo em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo”.
Oespecialistaemobstetrícia, Daniel Tadesse, informou que, nos últimos tempos, tem sido registado um aumento do númerodepacientescomcancro nasconsultasexternas“emuitos destes recusam a transferência paraLuanda,pornãoteremcondiçõesfinanceirasparasuportar as despesas na capital do país”.
Victória Kitumba, médica obstetra, disse que a iniciativa do Ministério da Saúde, em construir um centro na província o Huambo, “vai facilitar a vida de muitos pacientes sem recursos para o tratamento em Luanda ou fora do país”.