Jornal de Angola

Muro de Berlim caiu há 30 anos

- RICARDO MARTÍN DE LA GUARDIA

O historiado­r Ricardo Martín de la Guardia aborda aquele que é um dos principais marcos da história do século XX.

A 9 de Novembro de 1989, o mundo assistiu a um dos momentos mais marcantes da História do pós-guerra. Era o fim da divisão da Europa (e do mundo) e da Guerra Fria entre norte-americanos e soviéticos.

Mais do que um simples muro que dividia uma cidade, o Muro de Berlim era um muro para a própria sociedade contemporâ­nea que, dessa forma, ainda respirava os resquícios da Segunda Guerra Mundial e dos vencedores (EUA e Rússia), que ‘partiram’ o mundo em dois.

No ano em que se celebra o 30º aniversári­o da queda do muro, a editora Esfera dos Livros lança 'A Queda do Muro de Berlim', um livro do historiado­r Ricardo Martín de la Guardia, que revisita o histórico dia 9 de Novembro de 1989, bem como as suas consequênc­ias - imediatas ou não - para a sociedade europeia e mundial.

A sinistra eficácia do muro tinha-se feito sentir desde a sua construção, em Agosto de 1961. O muro tinha feito de Berlim Ocidental uma ilha rodeada por um imenso cárcere, o de um dos sistemas de dominação comunista mais repressivo­s da história.

Nos 28 anos que se seguiram, cerca de cinco mil pessoas tentaram atravessar esta barreira erguida contra as supostas agressões do capitalism­o. Utilizando os mais diversos meios, tinham decidido arriscar a vida para abandonar a República Democrátic­a Alemã. Entre uma e duas centenas de pessoas tinham sido apanhadas ou eliminadas pela Polícia da Alemanha do Leste, quando tentavam atingir a zona ocidental de Berlim.

Em “A Queda do Muro de Berlim”, Ricardo Martín de la Guardia conta quem foram os grandes protagonis­tas deste acontecime­nto e quais as consequênc­ias, em especial para os alemães que viveram décadas afastados dos entes queridos por morarem nos lados opostos do muro.

E agora, volvidos 30 anos, será que os ideais resultante­s da queda do muro ainda se mantêm? Esta é apenas uma das várias questões a que o historiado­r dá resposta nesta obra. A queda do muro, que parecia sugerir uma sociedade europeia e internacio­nal mais próspera e integrada, acabou por conduzir a uma sociedade mais fragmentár­ia e intolerant­e.

A ordem liberal internacio­nal, baseada num conceito aberto, multilater­al, das relações internacio­nais, expressa numa rede normativa de carácter supranacio­nal, parece estar a desmoronar­se. Encaminham­o-nos, pois, para uma nova ordem/desordem, algo que, aliás, aconteceu em vários outros momentos da História.

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