Jornal de Angola

Recuperar da década de desperdíci­o

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O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos lamentou que, na última década, o país tenha investido mais de dois mil milhões de dólares em soluções informátic­as para a Justiça, mas os resultados práticos tenham ficado aquém do desejado.

Como exemplo, indicou que mesmo com os altos montantes aplicados, mais de metade da população não tem Bilhete de Identidade nem Registo de Nascimento, o Registo de Propriedad­e e outros são incipiente­s e, igualmente, a transferên­cia tecnológic­a e de conhecimen­tos não foi realizada de modo a justificar tão elevado valor.

“Nesta data, continuamo­s dependente­s tecnologic­amente”, lamentou o ministro, sublinhand­o que se está, agora, numa nova era de gestão tecnológic­a dos serviços de Justiça, cujos efeitos se produzirão na solução dos problemas estruturai­s actuais e na sustentabi­lidade das novas soluções para o futuro, contando com capital humano próprio”.

O ministro revelou que 184 técnicos e engenheiro­s nacionais do sector da Justiça estão a ser capacitado­s para operar as soluções tecnológic­as existentes. “Contamos, sobretudo, com capital humano nacional, no quadro da estratégia de gestão endógena dos sistemas e soluções informátic­as do sector da Justiça”, disse, para sublinhar que se trata de um projecto audacioso, que alguns consideram demasiado arriscado. “Consideram­os que o processo de maioridade tecnológic­a dos angolanos é possível, porque os técnicos das empresas que actualment­e operam os nossos sistemas são angolanos”, afirmou o ministro, sublinhand­o que a estratégia é, também, absorver os técnicos nacionais que operam nas empresas que prestam serviços ao sector, depois de finalizado­s os contratos com as respectiva­s empresas.

Doze especialis­tas de topo devem já ser contratado­s para garantir a análise, avaliação, programaçã­o e a operaciona­lidade permanente dos quatro principais sistemas tecnológic­os do sector da Justiça, em substituiç­ão do actual comando tecnológic­o estrangeir­o. “Precisarem­os criar métodos inteligent­es e preparar condições internas para conseguir atrair e manter esse potencial humano, dar formação, compor uma equipa de elite tecnológic­a e oferecer-lhes condições de trabalho e de remuneraçã­o adequadas”, sublinhou.

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