Crimes violentos terão resposta adequada
Apesar da onda de crimes registados nos últimos dias, “os números da criminalidade na capital não aumentaram”
Os crimes violentos praticados por marginais, em Luanda, vão ter uma resposta adequada por parte da Polícia Nacional, como manda a lei, garantiu o comandante provincial da corporação, comissário Eduardo Cerqueira.
Falando ao Jornal de Angola e à Rádio Luanda, o comissário Eduardo Cerqueira mostrouse preocupado com a onda de crimes violentos que tem assolado algumas zonas da capital, tendo afirmado que os autores quando detidos pela Polícia Nacional são responsabilizados criminalmente, de acordo com a lei vigente.
Para o comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional, apesar da onda de crimes registados nos últimos dias, “os números da criminalidade na capital do país não aumentaram” e a corporação tem feito todos os esforços no sentido de manter a província segura.
A província de Luanda registou nos últimos dias várias mortes de cidadãos à saída de bancos comerciais, que, após o levantamento de dinheiro, foram seguidos por meliantes com armas de fogo, transportados por motorizadas.
Num vídeo que circula nas redes sociais, o comandante municipal da Polícia Nacional em Talatona, subcomissário Joaquim do Rosário, alertou os efectivos no sentido de tomarem medidas contra os meliantes que com armas de fogo assaltam e matam pacatos cidadãos.
“Somos forças da ordem, a nossa missão é reagir contra aqueles que querem alterar a situação de segurança em Talatona”, disse numa parada policial.
O psicólogo Fernandes Manuel frisou que o comportamento violento de qualquer indivíduo é sempre um sinal de manifestação de um estado de crise que o mesmo vive, ou seja, uma alteração do seu estado psico-emocional de algum défice de educação e valores que cultiva.
Considerou que só usa violência quem padece de alteração da estrutura da sua personalidade, como algum desejo, anseio, de acordo com a teoria dos criminosos cognitivo-comportamental.
“Quem usa a violência é porque aprendeu a ser violento, porque ninguém nasce violento. A mesma surge como resultado de algum desejo como, por exemplo, não satisfazer as suas necessidades ou não conseguir interiorizar os aspectos educativos do bem-fazer e outras boas práticas”, explicou o psicólogo.
Em relação à reincidência criminal de jovens que depois de permanecerem detidos ou condenados voltam a roubar ou matar, o psicólogo disse que a conduta reincidente faz parte dos criminosos habituais, considerando haver dois elementos que concorrem para tais situações.
Não sentir o efeito da penalização, fracasso no processo reabilitativo ou então padecer de algum transtorno de personalidade social são alguns dos elementos que concorrem para a reincidência criminal.
Autor de um livro sobre a problemática de crimes violentos, Manuel Fernandes explica que a obra versa sobre as diversas teorias relativas aos comportamentos violentos, nomeadamente o perfil e depoimentos de indivíduos que cometem crimes violentos.