Ex-Presidente paraguaio pode ser preso no Brasil
Um juiz do Brasil emitiu, ontem, uma ordem de prisão contra o ex-Presidente paraguaio Horácio Cartes (20132018), num caso relacionado com a Operação Lava Jacto, informaram fontes oficiais.
A decisão foi tomada pelo juiz brasileiro Marcelo Bretas, responsável pelas investigações no Estado do Rio de Janeiro sobre os desvios milionários que ocorreram na empresa estatal petrolífera Petrobras e um vasto esquema de corrupção de dimensão internacional.
Os investigadores da Lava Jacto suspeitam que o exPresidente paraguaio tenha ajudado na fuga de Darío Messer, brasileiro que negociava dólares no mercado paralelo, preso em São Paulo em Julho, depois de fugir do Paraguai, informou o portal de notícias brasileiro G1.
Segundo as investigações, Messer liderou uma sofisticada rede de branqueamento de capitais transnacional que movimentou milhões de dólares nas últimas décadas e foi uma figura essencial para a prática de crimes como corrupção e sonegação de impostos investigados na Lava Jacto.
Darío Messer enfrenta vários processos judiciais no Brasil e no Paraguai desde o final dos anos de 1980, sendo suspeito de transferir dinheiro de forma irregular para políticos e empresários.
A operação realizada ontem foi baptizada com o nome de "Patrón" e inclui 20 ordens de prisão em diferentes endereços nos estados brasileiros do Rio de Janeiro, São Paulo, e no município de Ponta Porã, localizado na fronteira do Brasil com o Paraguai, segundo um comunicado da Polícia Federal.
A acção é realizada por cem agentes da Polícia Federal brasileira, juntamente com funcionários do Ministério Público Federal e do Tesouro.
Os nomes dos investigados nesta operação, alguns dos quais residem no Paraguai e nos Estados Unidos, foram incluídos na lista da Interpol, informaram as autoridades brasileiras.