Jornal de Angola

Candidato do PAIGC é o favorito

Quando estamos a cerca de 4 dias para as eleições presidenci­ais do próximo domingo, os candidatos à Presidênci­a da Guiné-Bissau intensific­aram as acções de caça ao voto, em todo país, num momento em que se está a tornar cada vez mais real o cenário de uma

- António Pimenta

A quatro dias das eleições, Domingos Simões Pereira, candidato às presidenci­ais pelo partido no poder, o PAIGC, continua a liderar as sondagens, mas, de acordo com fontes ligadas ao processo, sem os votos necessário­s para vencer à primeira volta. Para ganhar logo na primeira volta, Domingos Simões Pereira vai precisar de 50+1 por cento dos votos.

Domingos Simões Pereira, candidato às presidenci­ais pelo partido no poder, o PAIGC, continua a liderar as sondagens, mas, de acordo com fontes ligadas ao processo, sem os votos necessário­s para vencer o pleito à primeira.

Para vencer as presidenci­ais na primeira volta, Domingos Simões vai precisar de 50+1 por cento dos votos a serem sufragados, o que as fontes consideram, no contexto actual, um feito quase impossível, se tivermos em conta a disputa renhida que se assiste entre os principais candidatos ao cargo.

“Para qualquer um dos concorrent­es, essas eleições não se prevêem fáceis. Domingos Simões Pereira tem contra ele dois antigos primeiros-ministros e um Presidente cessante, que procuram alcançar o mesmo objectivo”, destacou uma figura política, ao Jornal de

Angola em Bissau, que preferiu não se identifica­r.

As primeiras sondagens, realizadas em Outubro passado, davam vantagem a Domingos Simões Pereira, com 31,1 por cento dos votos, seguido por Carlos Gomes, candidato independen­te, e

Umaro Sissoko Embaló, com 21 e 20,5 por cento, respectiva­mente.

Realizada pelo Instituto Guineense de Opinião Pública e Estatístic­a (IGOPE), a sondagem, que atribui uma margem de erro de dois por cento, positivo ou negativo, classifica o Presidente cessante, José Mário Vaz, na quarta posição, com 15,8 por cento, seguido de Nuno Nabiam, do PRS (8,4 por cento).

A fazer fé nestes resultados, fontes do Jornal de

Angola em Bissau acreditam que só com um milagre o candidato do PAIGC poderá evitar a segunda volta. Para estes, está mais do que confirmada a segunda volta, faltando apenas saber-se quem será o adversário de Domingos Simões Pereira: se Carlos Gomes Júnior, se Umaro Sissoko, que, segundo a sondagem, têm uma diferença mínima de cinco pontos nas intenções de voto.

Campanha eleitoral

De uma maneira geral, a campanha para as presidenci­ais decorre a bom ritmo e sem qualquer incidente, à parte a troca de "mimos" que se assiste entre alguns candidatos. A dívida com Angola, a corrupção, o tráfico de drogas e a crise política que afectou o país nos últimos cinco anos constituem as principais “armas de arremesso” na campanha.

A sociedade civil, que, até agora, atribui um balanço positivo à campanha, não deixa, entretanto, de manifestar preocupaçã­o pelo que considera “violência verbal”, utilizada por alguns candidatos. A Célula de Monitoriza­ção Eleitoral da Sociedade Civil da Guiné-Bissau “lamenta a utilização da violência verbal” e apelou “às candidatur­as e apoiantes para evitarem esse tipo de linguagem”.

Entretanto, o candidato do Partido Africano para a Independên­cia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) considera ultrapassa­da a mais recente crise no país.

Para Domingos Simões Pereira, que falava à Lusa, à margem do comício realizado sábado passado, no campo de Lala Quema, em Bissau, a situação “está ultrapassa­da”, porque é uma “situação inaceitáve­l”.

Por sua vez, o Presidente cessante e candidato à própria sucessão, José Mário Vaz, afirmou que, na Guiné-Bissau, vive-se a verdadeira democracia. No fim-de-semana trabalhou em Buba, região de Quínara, no Sul do país, onde esteve igualmente o candidato do Movimento para Alternânci­a Democrátic­a (MADEM), Umaro Sissoco Embaló. Vaz afirmou que se vivem, na Guiné-Bissau, momentos de uma “verdadeira democracia e de irmandade”.

A estabilida­de governativ­a, com vista a retirar a

Guiné do estado de estagnação em que se encontra, representa, entretanto, a grande aposta do candidato independen­te Carlos Gomes Júnior, também conhecido por Cadogo.

Uma mensagem que, de acordo com fontes do Jornal

de Angola, está a conquistar a simpatia dos eleitores. Devido à sua experiênci­a governativ­a - já exerceu a função de Primeiro-Ministro por pelo menos dois mandatos - Carlos Gomes está a ser visto em alguns círculos privados de Bissau como o homem certo para a Presidênci­a da República.

“Para qualquer um dos concorrent­es, essas eleições não se prevêem fáceis. Domingos Simões Pereira tem contra ele dois antigos primeiros-ministros e um Presidente cessante, que procuram alcançar o mesmo objectivo”, destacou uma figura política, ao Jornal de Angola em Bissau, que preferiu não se identifica­r

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