Candidato do PAIGC é o favorito
Quando estamos a cerca de 4 dias para as eleições presidenciais do próximo domingo, os candidatos à Presidência da Guiné-Bissau intensificaram as acções de caça ao voto, em todo país, num momento em que se está a tornar cada vez mais real o cenário de uma
A quatro dias das eleições, Domingos Simões Pereira, candidato às presidenciais pelo partido no poder, o PAIGC, continua a liderar as sondagens, mas, de acordo com fontes ligadas ao processo, sem os votos necessários para vencer à primeira volta. Para ganhar logo na primeira volta, Domingos Simões Pereira vai precisar de 50+1 por cento dos votos.
Domingos Simões Pereira, candidato às presidenciais pelo partido no poder, o PAIGC, continua a liderar as sondagens, mas, de acordo com fontes ligadas ao processo, sem os votos necessários para vencer o pleito à primeira.
Para vencer as presidenciais na primeira volta, Domingos Simões vai precisar de 50+1 por cento dos votos a serem sufragados, o que as fontes consideram, no contexto actual, um feito quase impossível, se tivermos em conta a disputa renhida que se assiste entre os principais candidatos ao cargo.
“Para qualquer um dos concorrentes, essas eleições não se prevêem fáceis. Domingos Simões Pereira tem contra ele dois antigos primeiros-ministros e um Presidente cessante, que procuram alcançar o mesmo objectivo”, destacou uma figura política, ao Jornal de
Angola em Bissau, que preferiu não se identificar.
As primeiras sondagens, realizadas em Outubro passado, davam vantagem a Domingos Simões Pereira, com 31,1 por cento dos votos, seguido por Carlos Gomes, candidato independente, e
Umaro Sissoko Embaló, com 21 e 20,5 por cento, respectivamente.
Realizada pelo Instituto Guineense de Opinião Pública e Estatística (IGOPE), a sondagem, que atribui uma margem de erro de dois por cento, positivo ou negativo, classifica o Presidente cessante, José Mário Vaz, na quarta posição, com 15,8 por cento, seguido de Nuno Nabiam, do PRS (8,4 por cento).
A fazer fé nestes resultados, fontes do Jornal de
Angola em Bissau acreditam que só com um milagre o candidato do PAIGC poderá evitar a segunda volta. Para estes, está mais do que confirmada a segunda volta, faltando apenas saber-se quem será o adversário de Domingos Simões Pereira: se Carlos Gomes Júnior, se Umaro Sissoko, que, segundo a sondagem, têm uma diferença mínima de cinco pontos nas intenções de voto.
Campanha eleitoral
De uma maneira geral, a campanha para as presidenciais decorre a bom ritmo e sem qualquer incidente, à parte a troca de "mimos" que se assiste entre alguns candidatos. A dívida com Angola, a corrupção, o tráfico de drogas e a crise política que afectou o país nos últimos cinco anos constituem as principais “armas de arremesso” na campanha.
A sociedade civil, que, até agora, atribui um balanço positivo à campanha, não deixa, entretanto, de manifestar preocupação pelo que considera “violência verbal”, utilizada por alguns candidatos. A Célula de Monitorização Eleitoral da Sociedade Civil da Guiné-Bissau “lamenta a utilização da violência verbal” e apelou “às candidaturas e apoiantes para evitarem esse tipo de linguagem”.
Entretanto, o candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) considera ultrapassada a mais recente crise no país.
Para Domingos Simões Pereira, que falava à Lusa, à margem do comício realizado sábado passado, no campo de Lala Quema, em Bissau, a situação “está ultrapassada”, porque é uma “situação inaceitável”.
Por sua vez, o Presidente cessante e candidato à própria sucessão, José Mário Vaz, afirmou que, na Guiné-Bissau, vive-se a verdadeira democracia. No fim-de-semana trabalhou em Buba, região de Quínara, no Sul do país, onde esteve igualmente o candidato do Movimento para Alternância Democrática (MADEM), Umaro Sissoco Embaló. Vaz afirmou que se vivem, na Guiné-Bissau, momentos de uma “verdadeira democracia e de irmandade”.
A estabilidade governativa, com vista a retirar a
Guiné do estado de estagnação em que se encontra, representa, entretanto, a grande aposta do candidato independente Carlos Gomes Júnior, também conhecido por Cadogo.
Uma mensagem que, de acordo com fontes do Jornal
de Angola, está a conquistar a simpatia dos eleitores. Devido à sua experiência governativa - já exerceu a função de Primeiro-Ministro por pelo menos dois mandatos - Carlos Gomes está a ser visto em alguns círculos privados de Bissau como o homem certo para a Presidência da República.
“Para qualquer um dos concorrentes, essas eleições não se prevêem fáceis. Domingos Simões Pereira tem contra ele dois antigos primeiros-ministros e um Presidente cessante, que procuram alcançar o mesmo objectivo”, destacou uma figura política, ao Jornal de Angola em Bissau, que preferiu não se identificar