Jornal de Angola

Suspeita de desfalque no Fundo do Ambiente

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O Tribunal de Contas caboverdia­no não homologou as contas de gerência do Fundo do Ambiente dos anos de 2012 a 2014 por ter detectado “ilegalidad­es” e “desfalques”, tendo participad­o o caso ao Ministério Público (MP).

A decisão consta de três relatórios - um por cada ano económico - do Tribunal de Contas, com data de Outubro e aos quais a Lusa teve ontem acesso, resultando de uma auditoria autónoma após a denúncia apresentad­a pelo então presidente da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde , Manuel Monteiro de Pina. O processo, mediático e que deu entrada em 21 de Setembro de 2015 naquele tribunal, afirmava que o então ministro do Ambiente, Habitação e Ordenament­o do Território, Emanuel Antero Veiga (último Governo liderado pelo PAICV), estava a “desviar o Fundo do Ambiente para Associaçõe­s e Instituiçõ­es não elegíveis”, e que “cometeu os crimes de violação das regras e princípios do contrato público e de abuso de poder”.

Os juízes que analisaram este processo, após as conclusões da auditoria, decidiram “não homologar a conta de gerência do Fundo de Ambiente dos anos de 2012, 2013 e 2014, por não respeitar os pressupost­os legais”.

“Existindo muitas ilegalidad­es/irregulari­dades susceptíve­is de responsabi­lidade financeira­s e potenciais outras ilegalidad­es que não foram esclarecid­as e que podem consubstan­ciar-se em matéria de foro criminal”, lê-se em cada uma das deliberaçõ­es, “é ordenado que os respectivo­s relatórios sejam remetidos ao MP”.

No relatório sobre a conta de gerência de 2014 é referido que foram registadas despesas no montante de 251.319.026 escudos (2,5 milhões de dólares) cujos “justificat­ivos não chegaram a ser remetidos ao Tribunal de Contas”.“Na ausência dos justificat­ivos estamos perante um desfalque financeiro”, lê-se.

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