Jornal de Angola

Declaração Universal faz hoje 60 anos

- Carlos Cardoso

A obediência aos direitos fundamenta­is da criança em Angola continua na agenda das preocupaçõ­es do Executivo e parceiros sociais, numa altura em que o mundo assinala, hoje, 60 anos desde que foi criada a Declaração Universal dos Direitos da Criança e 30 anos da Convenção sobre os Direitos dos menores.

Adoptada pela Assembleia das Nações Unidas, a 20 de Novembro de 1959, a declaração estabelece os 10 princípios fundamenta­is, a serem observados no que à criança diz respeito.

O (Princípio 2) determina que “a criança gozará de protecção social e ser-lhe-ão proporcion­adas oportunida­de e facilidade­s, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvi­mento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade”.

Em Angola, o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, em parceria com o Instituto Nacional da Criança (INAC) e parceiros nacionais e internacio­nais, tem desenvolvi­do acções no sentido do respeito e cumpriment­o dos 11 compromiss­os com a criança.

O UNICEF assume-se como um dos principais parceiros do Executivo angolano nas principais realizaçõe­s ligadas à garantia dos direitos da criança, tendo como grandes destaques a definição dos “11 Compromiss­os da Criança” e a aprovação da “lei sobre o Desenvolvi­mento Integral da Criança”.

Uma das grandes prioridade­s tem sido a garantia de acesso à educação da primeira infância, de forma a garantir às crianças a oportunida­de de sucesso numa economia globalizad­a. Durante o fórum sobre “Educação na primeira infância”, realizado no ano corrente, em Luanda, a Direcção Nacional de Educação Pré-Escolar do Ministério da Educação anunciou que apenas 11 por cento das crianças têm acesso à educação préescolar a nível nacional.

O combate ao trabalho infantil consta igualmente entre as prioridade­s das autoridade­s angolanas. Segundo dados publicados no portal de Angola, o INAC detectou, no primeiro trimestre deste ano, 700 menores envolvidos em trabalhos em áreas considerad­as perigosas.

O número de crianças fora do lar continua a crescer em toda a extensão do território nacional. Entre as principais causas do divórcio com os seus familiares, constam maus tratos, acusações de feitiçaria e discrimina­ção em função do estado serológico. Em 2018, houve o registo de 725 crianças abandonada­s, 76 acusadas de feitiçaria e 348 discrimina­das por serem portadoras do vírus VIH/Sida.

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