Fisioterapeutas com mais intervenção nos tratamentos
A primeira jornada de Fisioterapia, realizada na sextafeira, em Luanda, pela Clínica Girassol indicou a necessidade de os profissionais da saúde promoverem um trabalho multidisciplinar no sentido de ter em atenção a presença de fisioterapeutas nas abordagens dos doentes que entram na unidade de cuidados intensivos.
O chefe dos Serviços de Fisioterapia da Clínica, Amor Festo, disse que “a presença antempada fisioterapeuta ajuda a melhorar a condição do paciente”.
Durante o encontro, fisioterapeutas, estudantes e médicos abordaram temas ligados à saúde ocupacional, diagnóstico, utilização de redes de balanço nas crianças recém-nascidas, cuidados intensivos e neonatal, fisioterapia na reabilitação cardiovascular, importância da fisioterapia em doentes pós-cirurgia ortopédicas e em pacientes que tiveram queimaduras.
Amor Festo afirmou que, em Angola, a profissão ainda é muito recente e está em fase de organização, uma vez que, ainda, não estão congregados numa ordem profissional.
“Por falta de uma Ordem ainda não é exercida com parâmetros, mas já se faz muito trabalho a nível de fisioterapia”, salientou, acrescentando ser necessário desmistificar a confusão em pensar que o fisioterapeuta é massagista.
Sobre isso, explicou que o rótulo de massagista surgiu logo na primeira guerra, quando os pacientes com traumatismos eram submetidos a massagem para melhorar a mobilização de membros. Em Angola, lembrou, os massagistas que faziam reabilitação dos militares e desportistas intitulavam-se fisioterapeutas.
Os números de profissionais em fisioterapia crescem desde 2006, altura em que se iniciaram os primeiros cursos de licenciatura nesta área em mais de seis universidades do país.
“Temos de convencer e mostrar que somos importantes no processo de recuperação dos doentes”, argumentou o Amor Festo, que explicou que os médicos já pedem a presença de fisioterapeutas em muitos casos, sobretudo na saúde preventiva.
De acordo com o especialista, os profissionais em fisioterapia são, igualmente, chamados a intervir nos casos de saúde ocupacional e em doentes que, por imobilização, registam retenção de secreções a nível do pulmão.