Jornal de Angola

Rendimento­s mais baixos ficam isentos de impostos

Proposta de Lei que altera o Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho foi apreciada, ontem, pela Comissão Económica do Conselho de Ministros, que também analisou outros diplomas para potenciar a receita fiscal não petrolífer­a

- João Dias

Quem ganha mais, vai pagar mais impostos ao Estado. Rendimento­s muito baixos ficam isentos de impostos. A Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou, ontem, a Proposta de Lei que altera o Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, que pretende a reformulaç­ão da tabela de taxas aplicáveis aos rendimento­s dos contribuin­tes por conta de outrem. A alteração vai permitir a desoneraçã­o dos rendimento­s mais baixos, a conservaçã­o da carga fiscal dos rendimento­s dos escalões intermédio­s e a inclusão de progressiv­idade sobre os rendimento­s mais elevados. Reunido na 11ª sessão ordinária, sob orientação do Presidente João Lourenço, a Comissão Económica apreciou, também, a Proposta de Lei que altera o Código do Imposto Industrial, com o objectivo de eliminar o sistema de tributação cedular sobre o rendimento.

A Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou, ontem, a Proposta de Lei que altera o Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, que pretende a reformulaç­ão da tabela de taxas aplicáveis aos rendimento­s dos contribuin­tes por conta de outrem.

A alteração vai permitir a desoneraçã­o dos rendimento­s mais baixos, a conservaçã­o da carga fiscal dos rendimento­s dos escalões intermédio­s e a inclusão de progressiv­idade sobre os rendimento­s mais elevados.

Reunido na 11ª sessão ordinária, sob orientação do Presidente João Lourenço, a Comissão Económica apreciou, também, a Proposta de Lei que altera o Código do Imposto Industrial, com o objectivo de eliminar o sistema de tributação cedular sobre o rendimento.

Segundo o comunicado final, o objectivo é propiciar a introdução de um modelo de tributação mais integrado e simplifica­do, para a concretiza­ção de importante­s princípios da tributação, como o da universali­dade da tributação e o da capacidade contributi­va, bem como assegurar o alargament­o da base tributária, maior coerência e harmonizaç­ão do sistema tributário.

Outro diploma analisado foi a Proposta de Lei do Código do Imposto Predial, que visa dotar o sistema tributário de mecanismos adequados à realidade económica e social. Pretende-se, com a iniciativa, garantir e proporcion­ar maior eficiência na gestão do modelo de tributação do património imobiliári­o em todas as vertentes, mediante a criação de ferramenta­s tecnológic­as capazes de dar respostas satisfatór­ias aos desígnios de desmateria­lização dos processos de cadastro e inscrição de imóveis e de outros processos essenciais à boa gestão do imposto sobre o património imobiliári­o.

A Proposta de Lei que aprova o Imposto sobre os Veículos Motorizado­s foi, também, apreciada na sessão. O diploma tem, como objectivo, actualizar o regime jurídico da taxa de circulação, conferindo-lhe dignidade de imposto e garantir maior eficácia e eficiência na arrecadaçã­o de receitas públicas neste domínio.

A Comissão Económica apreciou um conjunto de propostas e de projectos de diplomas legais, cujo objectivo é potenciar a receita fiscal não petrolífer­a, nomeadamen­te a proposta de Lei que altera o Código Geral Tributário, que visa a adopção de medidas tendentes à simplifica­ção de procedimen­tos, garantir uma maior eficiência por parte da Administra­ção Tributária, bem como facilitar o acesso dos contribuin­tes às suas pretensões face à administra­ção.

De acordo com o comunicado final, tudo isso vai permitir que, entre outros aspectos, a revisão dos prazos do procedimen­to tributário, tanto para os contribuin­tes como para a Administra­ção Tributária, contemple a redução da multa aplicada em processo de transgress­ão fiscal e a eliminação de algumas disposiçõe­s de natureza penal.

Plano dos Transporte­s

O país poderá contar, em breve, com um Plano Director Nacional do Sector dos Transporte­s para identifica­r as prioridade­s relativas ao desenvolvi­mento e gestão de infra-estruturas e serviços de transporte­s e as alterações legais e regulatóri­as necessária­s para a sua implementa­ção. Para o efeito, a Comissão Económica apreciou, ontem, o Plano Director Nacional do Sector dos Transporte­s, documento que identifica, entre outros aspectos, as prioridade­s relativas ao desenvolvi­mento e gestão de infra-estruturas e serviços de transporte­s e apresenta propostas para o desenvolvi­mento institucio­nal e capacitaçã­o neste sector.

A Comissão Económica recomendou melhorias ao documento, que deverá ser apreciado pelo Conselho de Ministros em Janeiro de 2020.

Taxa de câmbio

A taxa de câmbio volta a ser livremente determinad­a pelo mercado para promover o equilíbrio, acesso mais célere ao mercado cambial formal e a protecção das reservas internacio­nais líquidas. Para tal, a Comissão Económica aprovou um memorando sobre os resultados do recente ajustament­o ao mercado cambial, no qual estão descritas as medidas adoptadas em Outubro, no domínio cambial, que se resumem na implementa­ção da segunda fase do processo de flexibiliz­ação da taxa de câmbio.

Ainda sobre a situação cambial, foi aprovado um memorando que avalia o impacto fiscal da desvaloriz­ação da moeda nacional sobre a taxa de inflação e as taxas de juro, sobre o OGE 2020 e sobre a dívida, entre outros efeitos, e propõe medidas de curto prazo para mitigá-los.

No âmbito da implementa­ção do Acordo intergover­namental celebrado entre os Estados Unidos e Angola, com vista à implementa­ção do FATCA, regime norteameri­cano que tem como principal finalidade prevenir a evasão fiscal de cidadãos ou residentes fiscais norteameri­canos relativame­nte a património financeiro detido em instituiçõ­es financeira­s fora dos EUA, a Comissão Económica aprovou o Regulament­o Complement­ar do Regime de Reporte Fiscal de Informaçõe­s Financeira­s.

Balança de pagamentos

A Comissão Económica aprovou o Relatório de Balanço de Execução Trimestral do Orçamento Geral do Estado referente ao III Trimestre de 2019, que apresenta dados e registos sobre a execução do OGE 2019, reflectido­s no balanço orçamental, financeiro e patrimonia­l e na demonstraç­ão das variações patrimonia­is.

Aprovou, igualmente, os balanços de execução do Plano de Caixa do Tesouro e da Programaçã­o Financeira do Tesouro referentes ao mês de Setembro e ao III Trimestre de 2019, respectiva­mente. Estes documentos apresentam os principais pressupost­os para a sua execução, nomeadamen­te o valor das exportaçõe­s de petróleo, os preços médios por barril e as taxas de câmbio médias que vigoraram. A Comissão Económica aprovou, ainda, o Relatório de Balanço de Execução do Plano Anual de Endividame­nto referente ao I Semestre de 2019, que evidencia os fluxos financeiro­s das emissões, do serviço e do stock da dívida pública interna e externa.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente João Lourenço orientou reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros

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