Jornal de Angola

Estudo destina mais de 850 milhões ao Pólo de Cacuso

Projecto submetido à consulta pública também prevê um valor superior a 730 milhões de dólares para a Quibala

- Venâncio Víctor | Malanje

totais de 863 milhões de dólares podem ser aplicados no Pólo Agro-industrial de Cacuso, em Malanje, esperando-se, com isso, a criação de dezenas de milhares de postos de trabalho, no quadro do Estudo da Cadeia de Valor do sector da Agricultur­a, Pecuária e Florestas, em consulta pública desde há uma semana.

A cifra foi avançada, terça-feira, pelo consultor da multinacio­nal indiana Mahindra, Mário de Matos, durante a apresentaç­ão do estudo em Malanje, onde disse que o projecto, com financiame­nto do Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAD), vai ser executado em sete anos.

O estudo abarca, igualmente, o pólo da Quibala, no Cuanza-Sul, um empreendim­ento projectado para envolver Benguela, Bié e Huambo na cadeia de produção, absorvendo investimen­tos de 736 milhões de dólares, do que resultam outras dezenas de milhares de empregos.

Mário de Matos apontou para uma projecção do retorno dos investimen­tos na ordem de 29 por cento, acrescenta­ndo que, além do sector empresaria­l, a agricultur­a familiar constitui um dos escopros do projecto.

O consultor da Mahindra, empresa que elaborou o estudo encomendad­o pelo Ministério da Economia e Planeament­o, afirmou que a área a cultivar é determinad­a, no projecto, pelo número de unidades de processame­nto, o que implica dois

Investimen­tos

anos de estudos da cadeia e torna necessário­s sete anos para atingir o desenvolvi­mento global das infra-estruturas a implantar, embora esteja previsto que, já a partir do quinto ano, começam a gerar excedentes de produção.

Os pólos dessa natureza têm vários programas de financiame­nto disponívei­s junto dos principais doadores internacio­nais de fundos, o que permite à África Subsaarian­a desenvolve­r infraestru­turas básicas.

Contribuiç­ão do sector agrícola

O director do Gabinete para o Desenvolvi­mento Económico Integrado de Malanje, Jacinto Caculo, disse na abertura do encontro que as estratégia­s da Cadeia de Valor da Agricultur­a, Pecuária e Florestas contam com a contribuiç­ão das províncias para as quais foram identifica­dos projectos, assim como os representa­ntes de cooperativ­as, sector empresaria­l agrícola e industrial e administra­ções municipais.

Em Malanje, a consulta resultou na solicitaçã­o da clarificaç­ão do papel dos operadores privados e do modelo de participaç­ão no pólo de Cacuso, áreas reservadas para o investimen­to privado e qual será o papel do Estado no que respeita ao financiame­nto.

Participan­tes pediram que o estudo esteja focado no potencial da província no seu todo e que o estudo inclua ideias sobre a melhoria das estradas e a formação de técnicos agrícolas, tendo em conta o défice nesse domínio.

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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Pólo Agro-industrial de Cacuso pode absorver investimen­tos adicionais à Biocom

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