Jornal de Angola

Namibianos elegeram os futuros dirigentes

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Os namibianos regressara­m, ontem, às urnas, para reeleger, sem surpresas e não obstante a forte recessão e o ressentime­nto crescente da população, o antigo movimento de libertação SWAPO, que lidera o país desde a independên­cia, em 1990, segundo a Lusa.

A reeleição do Presidente Hage Geingob, 78 anos, para um segundo mandato e ocupação de uma larga maioria dos 96 assentos parlamenta­res por deputados provenient­es da SWAPO (Organizaçã­o do Povo do Sudoeste Africano, na sigla inglesa) eram mais do que esperadas e apenas a participaç­ão dos 1,4 milhões de eleitores constituiu-se como indicador útil do contentame­nto da população, que conta com mais de um terço de desemprega­dos.

Nas últimas eleições, em 2014, a SWAPO obteve 80 por cento dos votos, a maior percentage­m de sempre, enquanto Geingob arrecadou 87 por cento dos boletins destinados ao escrutínio presidenci­al. Geingob enfrentou desta vez um desafio inesperado. Panduleni Itula, um dentista com 62 anos, que se apresentou como candidato independen­te, ainda que militante da SWAPO, era um forte candidato. Itula personific­ou ao longo da campanha a insatisfaç­ão entre as novas gerações e facções descontent­es dentro da SWAPO. Uma forte afluência às urnas por parte dos mais de 400 mil eleitores nascidos já depois da independên­cia do país foi a nota de destaque.

Entre os candidatos da oposição, figuram McHenry Venaani, de 42 anos, líder do Movimento Popular Democrátic­o, que fez campanha em torno da maioria de dois terços da SWAPO no Parlamento, que Venaani diz ter alimentado a impunidade, o clientelis­mo e a corrupção.

O Movimento dos Sem Terra, liderado por Bernadus Swartbooi, concentrou-se na expropriaç­ão de terras na Namíbia, que tem uma das mais altas taxas de desigualda­de do mundo.

A primeira mulher a lutar pelo cargo de mais alto magistrado da nação, Esther Muijangue, 57 anos, denunciou a corrupção e o clientelis­mo do regime, recebendo da Wikileaks um presente inesperado sob a forma de demissão de dois ministros este mês, por terem recebido subornos de uma empresa de pesca islandesa.

A embaixador­a de Angola naquele país, Juvelina Imperial, fez parte do grupo de observador­es do escrtutíni­o.

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