Morreu a espia soviética que salvou Estaline, Churchill e Roosevelt
Eram “Henry” e “Anita”, nomes de código para Gevork e Goar Vartanian, um casal de espiões que se tornou uma lenda na União Soviética. Goar, ou “Anita”, morreu segunda-feira, aos 93 anos. Entre vários feitos, salvou de um atentado os líderes dos Aliados: Estaline, Churchill e Roosevelt.
Goar, que trabalhou em dupla com o marido - já falecido - para denunciar agentes alemães durante a Segunda Guerra Mundial, será enterrada no prestigiado cemitério Troyekurovskoe, em Moscovo, disse ao Guardian Sergei Ivanov, porta-voz do serviço de informações da Rússia.
Foi “Anita” quem impediu que tivesse sucesso a “Operação Long Jump” uma conspiração nazi para assassinar os líderes aliados durante o primeiro encontro em Teerão, em Novembro de 1943.
Nascida em 25 de Janeiro de 1926, em Gyumri, na então designada Arménia Soviética, mudou-se com a família para o Irão, no início dos anos 1930. Tinha apenas 16 anos, quando se juntou a um grupo anti-fascista e trabalhou com Gevork para expor agentes alemães. Interceptou as ordens que vinham de Hitler e que orientavam a morte dos “Três Grandes” durante a conferência em Teerão e conseguiu impedir o atentado.
Em 1951, Gevork e Goar Vartanian mudaram-se para a União Soviética, onde tiveram uma longa carreira como agentes secretos. O SVR - uma das agências sucessoras da KGB da era soviética - disse que estiveram envolvidos no trabalho activo de inteligência em “condições extremas em muitos países”, sem avançar mais pormenores.
Gevork foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética e morreu em 2012, aos 87 anos. "Costumava dizer que dos cinco raios da sua Estrela Heróica, pelo menos dois pertenciam à sua amada Goar", disse Ivanov.
“Anita” reformou-se, em 1986, mas continuou a treinar jovens agentes.