Queda de avião
Li com bastante preocupação as notícias que apontavam para a queda do avião, numa zona residencial no Leste da República Democrática do Congo (RDC), um país a braços com problemas de despenhamento de aviões. A perda de quase trinta vidas humanas é uma tragédia para o país, famílias e pessoas próximas. É altura de corrigir essa situação. A RDC não pode continuar a ser um espaço de navegação para as aeronaves, com um percentual de probabilidade de despenhamento que ronda aos 70 ou 80 por cento. Não é exagero dizer que a RDC é dos piores locais para os aviões se fazerem ao ar, atendendo aos acidentes sucessivos de aviação e, para piorar, sem que as autoridades locais sejam capazes de corrigir o presente quadro. O país é extenso, em termos territoriais, e a via mais rápida para ligar o país tem sido a via aérea, mas infelizmente são as “máquinas voadoras” que mais se assemelham a “caixões voadores”. Se houvesse rigor e inspecção que determinasse quais as aeronaves que teriam condições para voar na RDC, não duvido, que 80 ou 90 por cento dos aviões que sobrevoam o espaço aéreo daquele país vizinho nunca mais deviam voar. Grande parte dessas aeronaves, além de não fazerem as manutenções técnicas regulares, já há muito deviam paralisar e fazer parte de museus, como sucede noutros países. As empresas de transportes aéreos deviam ser “passadas a pente fino” para que as mesmas não continuem a importar aeronaves envelhecidas, que acabam por ter um tempo de vida útil completamente de risco. Embora seja algo que se passa na RDC, na verdade, é bom que fiquemos vigilantes para que os efeitos do actual estado de coisas que ocorre na RDC, com aviões a voarem com um elevado grau de probabilidade de despenharem, não venham a acontecer aqui. Espero mesmo que as rotas desses “caixões voadores”, na RDC, não incluam o território angolano, a menos que sejamos capazes de nos certificar de outros pormenores que garantem segurança aeronáutica. MAURÍCIO KEMBA Maquela do Zombo