Petrolífera francesa prevê mais investimentos
Director geral da multinacional francesa, Patrick Pouyanné, foi recebido ontem pelo Presidente da República, João Lourenço. A petrolífera assinou dois acordos com a Agência Nacional de Petróleo e Gás e com a Sonangol
A petrolífera francesa Total prevê investir, no Bloco 17, até 2023, 2,5 mil milhões de dólares, o que permitirá à filial angolana adicionar mais de 100 mil barris de crude à produção diária. Em declarações à imprensa, ontem, após ter sido recebido, em audiência, pelo Presidente da República, João Lourenço, o director-geral do Grupo Total, Patrick Pouyanné, disse que o investimento visa manter onível de produção acima dos 400 mil barris/dia.
A petrolífera francesa projecta investir, a partir do próximo ano, 2,5 mil milhões de dólares para aumentar os níveis de produção nos Blocos 17, o chamado "Bloco Dourado", que produz 400 mil barris/dia, e no bloco 32.
Segundo o director geral da petrolífera francesa, Patrick Pouyanné, que ontem foi recebido em audiência pelo Presidente João Lourenço, a Total poderá, de 2020 a 2030, investir 10 mil milhões de dólares só no Bloco 17, à razão de mil milhões de dólares anuais.
"Queremos que esta produção aumente com a introdução de duas perfuradoras, que já se encontram em Angola. Vamos passar para um total de quatro perfuradoras até ao próximo ano", disse Patrick Pouyanné.
Com este investimento, frisou, a Total pretende manter a produção do bloco 17 acima dos 400 mil barris de petróleo por dia até 2023. A contar com outros blocos, a Total produz, actualmente, cerca de 650 mil barris por dia, cerca de 45 por cento de toda a produção feita no país.
O responsável máximo da petrolífera francesa declarou à imprensa que o objectivo de todos estes investimentos é reforçar a cooperação com Angola, depois do bloco 17 ter produzido três mil milhões de barris em 2019 e projectar para os próximos tempos a produção de mais de mil milhões de barris.
Extensão da licença
A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) e a Total assinaram ontem, com os demais parceiros do Bloco 17, um acordo de extensão da licença até 2045. Com o acordo, a Sonangol adquire uma participação de 5 por cento no referido bloco, devendo adquirir outros cinco em 2036.
Segundo o director-geral da Total, a extensão da licença permitiu a nova capitalização da companhia. “Renovamos o contrato e, na base dessa renovação, podemos acrescentar outros projectos e investimentos”, disse.
O PCA da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, referiu que, com a assinatura do acordo, a petrolífera nacional passa a ser parte do grupo empreiteiro do Bloco 17, o que permitirá diversificar cada vez mais o seu portofólio e contribuir para o aumento das receitas do Estado.
Para o director-geral da Total, que testemunhou a assinatura dos acordos, os dois instrumentos reafirmam o compromisso da petrolífera em contribuir para os esforços do Governo angolano, que quer promover a indústria de petróleo e gás. "Estamos extremamente orgulhosos de que um desses acordos se relaciona com o nosso principal bloco de activos, o 17, conhecido como Bloco Dourado", sublinhou.
Sobre o acordo com a Sonangol, o responsável afirmou que a Total pretende abrir um novo capítulo com o primeiro desenvolvimento da Bacia do Kwanza.
Com 1.800 funcionários, dos quais 80 por cento angolanos, a Total pretende relançar a exploração com actividades de perfuração programadas para o próximo ano, no Bloco 48, um novo bloco no exterior ultra-profundo.