2 milhões de crianças vacinadas contra a pólio
Ministério da Saúde vai continuar campanhas de controlo para determinar se há permanência do vírus no país
Mais de 2 milhões de crianças foram vacinadas contra a poliomielite, até domingo, último dia da campanha que iniciou sexta-feira em oito províncias do país. O número representa 84 por cento da cobertura e das metas estabelecidas,segundo a directora do Programa Alargado de Vacinação.
Mais de dois milhões de crianças foram, até domingo, último dia da campanha, vacinadas contra a poliomielite em oito províncias do país, perfazendo 84 por cento da cobertura e das metas estabelecidas, revelou, ontem, em Luanda, a directora do Programa Alargado de Vacinação.
Baseando-se em dados provisórios, Alda de Sousa, considerou satisfatória a campanha, a julgar pelo fluxo de pessoas que aderiram, referindo que, neste momento, aguarda-se pela informação dos municípios mais distantes e de difícil acesso, para se saber quantas crianças foram vacinadas.
Os dados provisórios indicam que na província do Bengo foram vacinadas 66.007 crianças, com cerca de 88 por cento de cobertura prevista, Benguela 378.930 (94 por cento), Luanda 1.200,003 (91 por cento), Moxico, 120.778 (79 por cento). Em Malanje 18.050 (66 por cento), Cuanza-Norte 77.324 (74 por cento), Cuanza-Sul, 191.010 (101 por cento) e Bié com 271.784 (84 por cento).
A terceira e última fase da campanha de vacinação prosseguiu domingo, com o período de repescagem, onde foram visitadas áreas com baixa cobertura e parcialmente vacinadas.
Alda de Sousa disse que a última fase da campanha do ano teve maior adesão em relação às anteriores. “Notamos maior entrega da população, pois muitos pais saíram de casa em companhia dos filhos e foram ao encontro das equipas de vacinação. Houve a entrega e foi diferente das demais”.
A responsável reconhece que, por vezes, encontram alguma resistência por parte de alguns pais, muitos dos quais por conhecimento, outros por questões culturais, uma situação que, segundo ela, não acontece apenas em Angola.
Garantiu que, no próximo ano, o Ministério da Saúde vai continuar a realizar campanhas periódicas de controlo em algumas áreas para determinar se há permanência do vírus no país.
A província de Luanda atingiu 91 por cento da cobertura prevista pela campanha de vacinação, tendo sido vacinadas mais de um milhão e 200 crianças que, para se alcançar a meta estabelecida, apenas faltavam perto de 400 menores de cinco anos.
A campanha mobilizou 22 mil técnicos para trabalharem numa acção, que serviu para prevenir o vírus nas crianças da paralisia infantil, enfermidade que pode prejudicálas para toda a vida.
Contou ainda com envolvido directo de técnicos vacinadores, supervisores, registadores, coordenadores de áreas, assessores, logísticos e consultores.
A campanha, também, contou com monitores independentes, que serviram para identificar as lacunas e fazer a correcção e avaliação. Houve igualmente o envolvimento dos efectivos das Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional e Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
A poliomielite é uma doença sem cura, que pode provocar paralisia das pernas e braços em crianças menores de cinco anos. A vacina é a única maneira eficaz e segura de protegê-las contra a doença.
Vírus regressa ao país
Angola não registava casos de poliomielite desde Dezembro de 2015. Os 44 casos registados desde Janeiro deste ano foram nas províncias de Benguela, Bié, Cuanza-Sul, Huambo, Luanda, Huíla, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Malanje e Moxico.
A directora do Programa Alargado de Vacinação, Alda de Sousa, explicou que o regresso do vírus no país surgiu por falta de imunidade nas crianças, tal como aconteceu em outros países de África como, por exemplo, na Nigéria e no Congo.
Luanda teve um registo de seis casos, concretamente nos municípios do KilambaKiaxi, Cacuaco e Viana.
Paradarrespostaaestasituação, foram planificadas três fases de vacinação, sendo a primeira realizada em Outubro, a segunda em Novembro e a terceiraqueterminounodomingo.
Alda de Sousa admitiu que a pólio regressou ao país porque a vacina serotipo2 foi retirada do mercado mundial e, com isso, causou uma lacuna na protecção da nova corte de crianças nascidas depois de 2016.
“O sistema de saúde achou necessário continuar a produzir este tipo de vacina, o que fez deixar as crianças sem protecção, mas a vigilância epidemiológica determinou que, num período de seis meses, o vírus deve voltar a sair de circulação”, notou.