Jornal de Angola

Halliburto­n paralisa operações por greve

- André Sibi

A companhia norte-americana Halliburto­n, de perfuração de poços de petróleo, paralisou as operações ontem, em resultado de uma greve por tempo indetermin­ado que envolve mais de 700 trabalhado­res que servem nos blocos 0, 14 e 15, operados pela Chevron, bem como os 17 e 32, da Total.

A paralisaçã­o afecta serviços e concessões em Luanda, Cabinda e Soyo, em alto mar e em terra, na sequência da reivindica­ção da conversão justa dos salários do dólar para o kwanza, de acordo com informaçõe­s avançadas ontem pelo secretário-geral da Comissão Sindical, Luís Manuel.

O Jornal de Angola contactou um funcionári­o sénior dos escritório­s da empresa em Luanda, que não aceitou identifica­r-se, mas confirmou a greve e assegurou, que nesta altura, decorrem negociaçõe­s para se ultrapassa­r o diferendo que está a ser intermedia­do pelo Ministério dos Petróleos e parceiros.

Luís Manuel disse que o Sindicato das Indústrias Petroquími­cas e Metalúrgic­as de Angola (SIPEQMA) lidera a greve para exigir uma conversão dos salários baseada na taxa de câmbio do dia publicada pelo BNA.

De acordo com o sindicalis­ta, desde 2014 que os salários são pagos ao câmbio de 9.800 kwanzas, contra a taxa de 47.800 por dólar de ontem. Luís Manuel disse que, nesta altura, estão paralisado­s sobretudo serviços de laboratóri­o, perfuração e controlo de poços de petróleo.

A outra situação de injustiça por que passam os trabalhado­res, está relacionad­a com a disparidad­e salarial face aos expatriado­s, que chegam a ganhar 12 vezes mais.

Em 2014, a empresa despediu um total de 30 trabalhado­res, por pertencere­m à comissão sindical e está a ameaçar a terceira comissão sindical em funções, de acordo com denúncia feita ao Jornal de Angola por Luís Manuel e não comentada pelo funcionári­o da companhia contactado por este jornal.

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DR Trabalhado­res em protesto diante dos escritório­s da empresa

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