Halliburton paralisa operações por greve
A companhia norte-americana Halliburton, de perfuração de poços de petróleo, paralisou as operações ontem, em resultado de uma greve por tempo indeterminado que envolve mais de 700 trabalhadores que servem nos blocos 0, 14 e 15, operados pela Chevron, bem como os 17 e 32, da Total.
A paralisação afecta serviços e concessões em Luanda, Cabinda e Soyo, em alto mar e em terra, na sequência da reivindicação da conversão justa dos salários do dólar para o kwanza, de acordo com informações avançadas ontem pelo secretário-geral da Comissão Sindical, Luís Manuel.
O Jornal de Angola contactou um funcionário sénior dos escritórios da empresa em Luanda, que não aceitou identificar-se, mas confirmou a greve e assegurou, que nesta altura, decorrem negociações para se ultrapassar o diferendo que está a ser intermediado pelo Ministério dos Petróleos e parceiros.
Luís Manuel disse que o Sindicato das Indústrias Petroquímicas e Metalúrgicas de Angola (SIPEQMA) lidera a greve para exigir uma conversão dos salários baseada na taxa de câmbio do dia publicada pelo BNA.
De acordo com o sindicalista, desde 2014 que os salários são pagos ao câmbio de 9.800 kwanzas, contra a taxa de 47.800 por dólar de ontem. Luís Manuel disse que, nesta altura, estão paralisados sobretudo serviços de laboratório, perfuração e controlo de poços de petróleo.
A outra situação de injustiça por que passam os trabalhadores, está relacionada com a disparidade salarial face aos expatriados, que chegam a ganhar 12 vezes mais.
Em 2014, a empresa despediu um total de 30 trabalhadores, por pertencerem à comissão sindical e está a ameaçar a terceira comissão sindical em funções, de acordo com denúncia feita ao Jornal de Angola por Luís Manuel e não comentada pelo funcionário da companhia contactado por este jornal.