Selecção Nacional retoma trabalhos tácticos na Baía
Velejadores angolanos preparam regresso ao mar com treinos de velocidade a pensar na conquista da competição continental
A Selecção Nacional de vela, em ambos os sexos, da classe 470, retoma os trabalhos de preparação hoje, às 11h00, na Baía de Luanda, onde vai trabalhar a vertente velocidade, tendo em vista a participação no Campeonato Africano, a decorrer de 12 a 18 de Janeiro, na capital do país.
Sob orientação de Adilson Torres, são no total sete duplas, entre elas uma mista, a ser implementada pela primeira vez por exigência da Federação Internacional de Vela, num molde a ser usado nos Jogos Olímpicos de Paris'2014, França, de acordo com uma fonte do órgão reitor da modalidade em Angola.
Assim sendo, Osvaldo da Gama /Aline Lourenço vão fazer estreia no Africano de Luanda. Completam o grupo Francisco Artur/ Edvaldo Torres, Matias Montinho/ Paixão Afonso, Paulo Amaral/ Lúcio Felgueira, Paulo Almeida/Leonildo Feliciano, Domingas Huambo/ Isabel Afonso e Lúcio Fernandes/ Geovani da Cruz.
Deste grupo, as duplas formadas por Francisco Artur/ Edvaldo Torres, Matias Montinho/ Paixão Afonso fizeram história em campeonatos desta natureza, com destaque para a segunda que garantiu o apuramentoparaosJogosOlímpicos do Rio de Janeiro'2016, graças ao segundo lugar conquistado no Campeonato Africano de Vela, classe 470, decorrido na Cidade do Cabo, África do Sul.
De acordo com o programa, os convocados têm as segundas e terças-feiras reservadas para o descanso. De quarta à sexta-feira, para além do treino táctico no mar, o grupo aprimora a componente física, das 17 às 20h00, na areia da praia e na calçada.
Ainda hoje, no mesmo recinto, a Selecção Nacional, da mesma disciplina, mas na classe 420, vai estar atarefada, tendo em vista o certame. Em declarações ao Jornal de
Angola, Moisés Camota, seleccionador da classe 420, destacou a entrega dos pupilos para a prova, cujo objectivo passa por ocupar os lugares cimeiros do pódio.
Para a “operação Luanda”, o técnico Moisés Camota trabalha com os velejadores Miguel Fiel / José Manásseis, Mário Domingos /Francisco Kilombo, José Ventur /Paulo Afonso, António Manásseis/ Eugénio Chivanja e a única dupla feminina,composta por Feliciana da Silva e Teresa Jamba.
Moçambique, África do Sul, Egipto, Ilhas Maurícias e Tunísia são as outras selecções previstas para disputar o Africano nas duas especialidades.
Matias Montinho confiante no título
O velejador da Selecção Nacional na classe 470, Matias Montinho, mostra-se confiante numa boa prestação no Campeonato Africano da categoria, a ser disputado na Baía de Luanda, onde tem como meta a conquista da medalha de ouro. Em declarações aos Jornal
de Angola, Montinho, que faz dupla com Paixão Afonso, aponta o factor casa como “trampolim” para os angolanos, aliado ao apoio do público.
“Vamos competir em Luanda e precisamos de explorar esta vantagem ao máximo. Conhecemos melhor as condições do mar em relação aos adversários. Portanto, há um conjunto de factores a nosso favor”, sublinhou o atleta.
Por outro lado, Matias revelou que ele e o parceiro de embarcação são actualmente os velejadores “mais rápidos” entre os colegas, e têm puxado pelos outros companheiros de selecção, de modo a estarem todos em igualdade de circunstâncias neste capítulo.
“Pode haver uma dupla avançada nesta componente, mas se o grupo todo não estiver compenetrado, não passamos para a outra etapa do treino. Por essa razão, procuro ajudar os colegas, fruto da minha experiência internacional”, sublinhou. Montinho mostra-se preocupado com o tipo de embarcações com que o grupo ainda trabalha, que não são muito apropriadas, pois é uma disciplina que regista muitas evoluções a cada ano. No entanto, a Federação Angolana de Desportos Náuticos garante a chegada dos meios na primeira semana de Janeiro.
“Estamos ligeiramente atrasados, mas acredito que uma semana de treino com as novas embarcações pode fazer a diferença”, concluiu.