Primeiros negros são homenageados
Os 20 negros africanos de origem angolana que chegaram à Baia de Chesapeake, em Jamestown, Virgínia, Estados Unidos, foram homenageados ontem, em Washington, D.C., capital dos Estados Unidos da América, numa cerimónia testemunhada por uma delegação chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto.
A cerimónia marcou os 400 anos do comércio transatlântico de escravos africanos que chegaram, em Agosto de 1619, àquele território dos Estados Unidos.
Na intervenção, o ministro das Relações Exteriores destacou que Angola está a homenagear as mulheres e homens que embarcaram numa viagem que transformou o curso da História de um Povo e de um continente.
O chefe da diplomacia angolana recordou compatriotas como Isabel, Ângela e António e tantos outros nomes embarcados, contra a sua vontade, nessa viagem, para um destino totalmente alheio às suas realidades.
Destacou, igualmente, a coragem, o sacrifício, a força e a superação face às piores adversidades vividas, o papel e o contributo que tiveram na construção de uma grande Nação, que é hoje os Estados Unidos da América.
O ministro apresentou aos americanos a História de Angola, marcada por desafios, constrangimentos, mas também por superações e está determinada na construção de um novo país próspero, alicerçado nos princípios da democracia, da inclusão e da tolerância, capaz de corresponder aos anseios e às expectativas de cada angolano.
Manuel Augusto falou também das oportunidades de negócios em vários sectores da economia nacional, como na Educação, Saúde, Cultura, Turismo, Agricultura,
entre outros. Além da intervenção de Manuel Augusto, houve uma reflexão sobre o impacto da presença de angolanos escravizados nos Estados Unidos e um momento cultural com o grupo Batoto Yetu, entre outros.
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, Angola e os Estados Unidos da América têm perspectivas animadoras para o seu relacionamento, num momento em que apostam no reforço da parceria estratégica.
Integram a delegação angolana a ministra da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, o embaixador de Angola nos Estados Unidos da América, Joaquim do Espírito Santo e altos funcionários de alguns departamentos ministeriais.
O Presidente da República, João Lourenço, criou, em Agosto, uma comissão interministerial para assinalar os 400 anos da chegada dos primeiros escravos aos Estados Unidos, destacando ser esta “uma oportunidade singular para Angola projectar a sua imagem e divulgar a sua importância histórica no desenvolvimento daquele país.
Foi em Agosto de 1619 que os primeiros navios portugueses transportando africanos que tinham sido raptados e vendidos como escravos no território que viria a ser Angola chegaram à cidade de Jamestown, no estado da Virgínia, na altura uma colónia britânica