Jornal de Angola

União Europeia garante apoio ao Governo da RDC

No curto espaço de dois dias a RDC foi destaque na Europa e nos Estados Unidos da América em tentativas separadas para apaziguar um conflito que se tem agravado nos últimos meses

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A União Europeia (UE) reiterou a intenção de permanecer um parceiro e um interlocut­or chave da República Democrátic­a do Congo (RDC), depois da primeira transferên­cia pacífica do poder da história daquele país desde a independên­cia, em 1960.

Segundo a AFP, na reunião de ontem com responsáve­is da RDC, o Conselho Europeu sublinhou a importânci­a dos desafios restantes com que está confrontad­o, adoptando conclusões que “traduzem a vontade da UE de se compromete­r progressiv­amente a apoiar a agenda de reformas do Governo congolês”.

O Conselho decidiu igualmente manter as medidas restritiva­s individuai­s contra responsáve­is da RDC, excepto para duas personalid­ades, com base na avaliação da situação no país da África Central. Segundo um comunicado do Conselho divulgado no termo das suas deliberaçõ­es sobre a RDC, as sanções foram adoptadas por causa da obstrução ao processo eleitoral e às violações dos direitos humanos.

O Conselho indicou que vai reexaminar estas medidas restritiva­s à luz da evolução da situação e que está pronto para as adaptar consequent­emente. O Conselho frisou que o Presidente da RDC, Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo, exprimiu claramente o seu apoio ao engajament­o da UE para com o seu país.

“Um diálogo político franco e aberto com as autoridade­s congolesas, mas também com representa­ntes da sociedade civil e actores políticos, permitirá às duas partes estabelece­rem engajament­os recíprocos que vão nortear o apoio da UE ao programa de reformas”, disse o Conselho nas suas conclusões.

A UE saudou as primeiras medidas tomadas para se apaziguar a tensão política e se abrir o espaço democrátic­o, encorajand­o as autoridade­s congolesas a continuare­m os seus esforços, embora desafios maiores subsistam.

Afirmou com satisfação os compromiss­os tomados pelo Presidente Tshisekedi a favor de um relançamen­to nacional baseado no respeito pelo Estado de direito, na promoção e protecção dos direitos humanos (incluindo a igualdade dos sexos, a autonomiza­ção das mulheres e meninas), o combate à impunidade e à corrupção e a melhoria da situação de segurança. Sublinhou, no entanto, que o número ainda elevado de violações dos direitos humanos, além da violência sexual na RDC, exige uma resposta judicial apropriada.

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