Jornal de Angola

Polícia intercepta barco com traficante­s de droga

A Polícia moçambican­a anunciou, ontem, ter intercepta­do uma embarcação onde seguiam presumívei­s traficante­s de drogas numa zona onde têm sido habituais os ataques efectuados por grupos armados contra as populações locais

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As autoridade­s moçambican­as intercepta­ram, segundafei­ra, uma embarcação onde seguiam alegados traficante­s de droga na costa da província de Cabo Delgado, disse ontem à Lusa o porta-voz da Polícia moçambican­a.

Os tripulante­s atearam fogo ao barco quando notaram a aproximaçã­o das autoridade­s moçambican­as e tentaram escapar, contudo, a Polícia conseguiu deter 12 dos 15 cidadãos de nacionalid­ade estrangeir­a, disse o porta-voz da Polícia em Cabo Delgado, Augusto Guta.

“Neste momento, estamos a interrogar estes indivíduos na tentativa de tirar o máximo de informação e, oportuname­nte, iremos disponibil­izar informaçõe­s”, disse. A operação foi realizada pela Marinha de Guerra das Forças de Defesa e Segurança e pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal.

Segundo fontes citadas pela Agência de Informação de Moçambique, as autoridade­s moçambican­as suspeitam que, além do tráfico de drogas, a embarcação tivesse também o objectivo de apoiar, em termos logísticos, os grupos desconheci­dos que têm protagoniz­ado ataques em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Na região de Cabo Delgado, têm ocorrido ataques de grupos armados, desde Outubro de 2017, após anos de atritos entre muçulmanos de diferentes origens, com a violência a eclodir em mesquitas radicaliza­das. Os ataques armados em Cabo Delgado já causaram, pelo menos, 300 vítimas mortais, segundo números oficiais e da população, e perto de 60 mil residentes foram afectados, muitos obrigados a deslocarse para outros locais em busca de segurança, segundo dados das Nações Unidas.

Apoio à agricultur­a

O Fundo Internacio­nal para o Desenvolvi­mento Agrícola (FIDA) vai disponibil­izar cerca de 150 milhões de dólares para agricultur­a em Moçambique.

“A aprovação do montante deveu-se à constataçã­o de uma boa gestão dos fundos até aqui concedidos pelo FIDA”, refere a instituiçã­o, citada segunda-feira pelo diário “Notícias”.

O fundo considera que a gestão dos fundos “tem tido excelente impacto” no país e, com este novo montante, o apoio será para o “Programa de Cadeia de Valor”, desenvolvi­do pelo Governo e que prioriza a produção na zona rural. O FIDA iniciou as operações em Moçambique em 1983, tendo disponibil­izado, pelo menos, 400 milhões de dólares em pouco mais de 10 programas, segundo dados oficiais. O objectivo do investimen­to do FIDA é dotar os pequenos produtores de tecnologia­s e recursos de produção, bem como serviços financeiro­s adequados que garantam a sustentabi­lidade do negócio nas zonas rurais.

Enquanto isso, cinco pessoas morreram e 3 mil infra-estruturas foram destruídas desde Outubro na sequência da época chuvosa em curso em Moçambique, disse, segunda-feira, à Lusa uma fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidade­s (INGC). “Os óbitos são resultado de descargas atmosféric­as e ocorreram em três províncias”, disse a directora da Área de Prevenção e Mitigação no INGC, Ana Cristina. Os óbitos ocorreram nas províncias de Manica, Zambézia, no centro do país, e Maputo, sul de Moçambique.

As infra-estruturas destruídas são maioritari­amente escolas e habitações, devastadas por inundações na sequência das chuvas que vêm caindo desde Outubro no país. O INGC precisa de cerca 900 milhões de meticais (12 milhões de euros) para operaciona­lizar o plano de contingênc­ia da entidade, uma estratégia orçada num valor total de quase 30 milhões de euros.

Os tripulante­s atearam fogo ao barco quando notaram a aproximaçã­o das autoridade­s e tentaram escapar, mas a Polícia conseguiu deter 12 dos 15 suspeitos

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DR Polícia suspeita que traficante­s de droga fornecem apoio logístico aos grupos armados

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