Artista lunda mostra tradição em Luanda
A arte e a cultura cokwe têm ganhado, cada vez mais, expressão em determinados ciclos devido ao trabalho de artistas, como o coreógrafo Pedro Luaba, que, ainda ontem, voltou a exibir, em curtas actuações e momentos de malabarismo os traços mais importantes da identidade lunda para os habitantes da capital.
As coreografias, assentes nos ritmos da tchianda, da Lunda-Norte, têm sido muito comuns nas ruas de Luanda, principalmente quando há jogos do Kabuscorp do Palanca, clube ao qual o artista é aficcionado. “A união entre a cultura e o desporto tem sido uma boa forma de divulgar mais sobre a identidade lunda entre as pessoas”, disse.
Pedro Luaba, 40 anos, natural do município de Chitato, Lunda-Norte, adiantou ainda que esta forma de divulgação da cultura cokwe, através dos jogos, tem despertado o interesse de milhares de pessoas. “Por curiosidade, ou interesse, são muitos que quando me vêm passar, antes ou depois de um jogo, prestam maior atenção à tradição lunda”, explicou, acrescentando que faz estas performances, nas ruas da capital, há mais de 15 anos.
As exibições, lembrou, têm sido feitas, mais, nos jogos dos quais o Kabuscorp do Palanca participa. Terçafeira, o clube disputou uma partida com o ASA e o coreógrafo, como faz há anos, vestiu-se de forma a recordar algumas das figuras míticas que contribuíram para a elevação e afirmação da cultura da região. “Hoje, já somos um grupo mais organizado, no qual estão também membros da torcida do Kabuscorp. Desta forma, temos apostado forte na preservação e divulgação da cultura angolana”, justificou.
O coreógrafo fez, também, uma crítica ao facto de a arte angolana ainda ser limitada a certos locais. “Os artistas precisam de se exibir mais nas ruas”, disse, adiantando que este tipo de actuação é pouco valorizado no país. “A arte precisa ser mostrada e partilhada por todos. Por isso, os artistas precisam de incentivos”, apelou.