Jornal de Angola

PR promete mais diálogo com a sociedade e a Igreja

- João Dias

Depois do encontro com o Governo Provincial de Luanda, o Presidente João Lourenço reuniu-se com líderes religiosos, de associaçõe­s empresaria­is, da juventude e da sociedade civil e representa­ntes sindicais.

Na intervençã­o, o Chefe de Estado prometeu comunicar mais e dialogar com a sociedade e a Igreja, em resposta ao pedido do reverendo Luís Ngimbi, que reconheceu que João Lourenço marca uma era de governação aberta.

“Reconhecem­os o grande esforço que tem desenvolvi­do para reverter o estado actual nas áreas da economia e na área social. Ainda assim, pedimos mais abertura e diálogo verdadeiro. Está a haver muito pouco diálogo. O povo deve ser ouvido de muito perto”, disse.

O líder religioso pediu a revisão das questões ligadas aos terrenos da Igreja e que autorize o governador de

Luanda a olhar para o assunto. “Quando somos desalojado­s, somos levados de maneira cruel. Esta Igreja tem de ser respeitada. Um pouco mais de consideraç­ão para os dirigentes das Igrejas”, disse. Em face disso, pediu a realização de um fórum específico para voltar a conversar com os dirigentes das Igrejas, principalm­ente as mais idóneas do país. “Conversem connosco. Não tenhais medo de nada”, pediu o reverendo Luís Ngimbi.

Em resposta, João Lourenço disse: “Acatamos o conselho. Vamos ceder terrenos, mas só para as Igrejas idóneas. É preciso separar o trigo do joio. Há milhares de pseudo-igrejas. Vamos dar terrenos às idóneas e que são conhecidas, cuja actividade é ajudar o cidadão angolano na dimensão espiritual e até de assistênci­a social”.

O Presidente da República ouviu também os representa­ntes do sector empresaria­l e do Conselho Provincial da Juventude. Este último congratulo­u-se com o facto de se ter estabeleci­do, para a juventude, uma quota de 30 por cento de acesso à habitação, apesar de mais de mil estarem por entregar. Sugere o acesso a terrenos loteados para a auto-construção dirigida. O representa­nte do Conselho Provincial da Juventude enalteceu as reformas em curso no país e os programas para o fomento do emprego, como é o caso do PAPE.

Face às muitas inquietaçõ­es da representa­nte da União dos Sindicatos, que congrega 17 sindicatos de diversas áreas de actividade, uma das quais a revisão da Lei Geral do Trabalho, incumprime­nto do pagamento das indemnizaç­ões e a existência de empresas que não cumprem, até agora, com o pagamento do salário mínimo de 21 mil kwanzas, o Presidente da República disse ter tomado boa nota.

João Lourenço considerou os sindicatos parceiros do Executivo e não inimigos. “Ajudam a gerir as empresas públicas. Contamos convosco na busca de soluções que o sector empresaria­l vive, quer o privado, quer o público. Temos de trabalhar de mãos dadas”, pediu o Chefe de Estado.

O Presidente ouviu também as preocupaçõ­es dos antigos combatente­s e autoridade­s tradiciona­is. Quanto aos antigos combatente­s e veteranos da Pátria, João Lourenço pediu ao representa­nte da associação, que neste momento controla outras 35, no sentido de se trabalhar para a redução deste número. Para o PR, não faz sentido que existam várias associaçõe­s, quando o interesse e o objecto é o mesmo: antigos combatente­s. O sector controla 27.454 pensionist­as, distribuíd­os nas categorias de antigos combatente­s, deficiente­s de guerra, viúvas, órfãos e ascendente­s de combatente­s tombados.

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