Jornal de Angola

Plano de reconcilia­ção sem rosto partidário

- Matias da Costa | Cuito Casimiro José| Sumbe

A figura máxima do poder tradiciona­l no Bié, Afonso Viti, defendeu, na terçafeira, no Cuito, que o processo de reconcilia­ção deve assentar numa convenção sem rosto político ou partidário, para que seja, efectivame­nte, materializ­ado.

Afonso Viti, que falava na cerimónia de apresentaç­ão do Plano de Reconcilia­ção em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos, considerou que o mesmo está virado, sobretudo, para a harmonia das famílias, mas sem interesses partidário­s, religiosos ou pessoais.

O governador do Bié, Pereira Alfredo, que presidiu à cerimónia, afirmou que o lançamento do Plano de Reconcilia­ção em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos constitui uma experiênci­a a ser transmitid­a em vários cantos do mundo que vivem situações adversas.

O Plano de Reconcilia­ção em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos no período entre 1975 e 2002 foi igualmente apresentad­o na província do Cuanza-Sul, numa cerimónia orientada pelo governador Job Capapinha.

O membro da Comissão para a implementa­ção do referido plano, Florbela Malaquias, disse que depois do calar das armas, as famílias são chamadas a contribuir para um clima de paz social. “É de interesse nacional que com o fim da guerra em 2002, tinha de se trabalhar para um novo paradigma virado para o reencontro das famílias, sarar feridas resultante­s do conflito, bem como criarem-se mecanismos que concorram para uma vida harmoniosa em sociedade”, sublinhou.

Florbela Malaquias explicou que o Plano pretende criar premissas para unir as famílias, homenagear as vítimas em qualquer das formas e fenómenos ocorridos na época, traçar a perspectiv­a histórica e a necessidad­e de perdão e dinamizar a componente jurídica e legal na base das leis e decretos já existentes.

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EDSON FABRIZIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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