Plano de reconciliação sem rosto partidário
A figura máxima do poder tradicional no Bié, Afonso Viti, defendeu, na terçafeira, no Cuito, que o processo de reconciliação deve assentar numa convenção sem rosto político ou partidário, para que seja, efectivamente, materializado.
Afonso Viti, que falava na cerimónia de apresentação do Plano de Reconciliação em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos, considerou que o mesmo está virado, sobretudo, para a harmonia das famílias, mas sem interesses partidários, religiosos ou pessoais.
O governador do Bié, Pereira Alfredo, que presidiu à cerimónia, afirmou que o lançamento do Plano de Reconciliação em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos constitui uma experiência a ser transmitida em vários cantos do mundo que vivem situações adversas.
O Plano de Reconciliação em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos no período entre 1975 e 2002 foi igualmente apresentado na província do Cuanza-Sul, numa cerimónia orientada pelo governador Job Capapinha.
O membro da Comissão para a implementação do referido plano, Florbela Malaquias, disse que depois do calar das armas, as famílias são chamadas a contribuir para um clima de paz social. “É de interesse nacional que com o fim da guerra em 2002, tinha de se trabalhar para um novo paradigma virado para o reencontro das famílias, sarar feridas resultantes do conflito, bem como criarem-se mecanismos que concorram para uma vida harmoniosa em sociedade”, sublinhou.
Florbela Malaquias explicou que o Plano pretende criar premissas para unir as famílias, homenagear as vítimas em qualquer das formas e fenómenos ocorridos na época, traçar a perspectiva histórica e a necessidade de perdão e dinamizar a componente jurídica e legal na base das leis e decretos já existentes.