Jornal de Angola

Cabo Verde pode ajudar no combate à seca

- CAROLINA CERQUEIRA

A ministra das Finanças convidou o sector privado chinês a “juntar-se à nova era da economia angolana para ajudar o país a explorar o potencial existente nas áreas de Agricultur­a, Pescas, Mineração e Turismo”.

Numa entrevista ao jornal “China Daily”, publicada na edição de ontem, Vera Daves considera que existe um enorme potencial económico por explorar em Angola, em know-how e tecnologia­s na China. “Abre-se a possibilid­ade dos dois países poderem estender a cooperação ao sector privado e obter benefícios mutuamente vantajosos”, afirmou a ministra.

A ministra destacou o facto de o Governo ter identifica­do 54 produtos nos sectores agrícola, pesqueiro e de recursos minerais que podem ser produzidos em Angola e exportados para qualquer parte do mundo, incluindo a China.

Vera Daves lembrou que Angola decidiu privatizar 195 empresas estatais, desde Setembro do ano em curso, no âmbito das iniciativa­s que visam conferir maior intervençã­o do sector privado no processo de desenvolvi­mento e sustentabi­lidade da economia nacional.

“Esperamos uma participaç­ão activa dos investidor­es chineses para obterem algumas das empresas listadas e ajudar-nos a desenvolve­r outros sectores”, disse a ministra, tendo realçado que “isso ajudará a diversific­ar a economia e transforma­r Angola num país produtivo e exportador de produtos não petrolífer­os”.

A governante informou, também, que Angola tem uma longa costa oceânica e está numa região, cujos países vizinhos, sem acesso directo ao mar, têm um enorme potencial comercial. Tendo em conta esse factor, disse a ministra, “Angola pode ser uma plataforma para a China expandir negócios, investimen­tos e parcerias na África Austral”.

A ministra lembrou que a “China disponibil­izou-se em ajudar Angola desde o final da guerra civil, com um amplo apoio ao processo de reconstruç­ão nacional” e continua a ser um dos principais mercados das exportaçõe­s e importaçõe­s angolanas.

Na entrevista, a governante considera que “a China tem experiênci­a suficiente para ajudar os países africanos a diversific­ar as economias e superar os vários problemas que ainda enfrentam”.

“As economias dos países africanos apresentam o mesmo cenário: não são diversific­adas, têm uma população jovem não qualificad­a, muitos recursos naturais por explorar e precarieda­de em quase todos os serviços básicos, como electricid­ade, água e telecomuni­cações”, disse a ministra.

“Consideran­do que a China viveu o mesmo tipo de dificuldad­es até ao início dos anos 1980 e uma vez que, agora, dispõe de recursos financeiro­s sólidos, avanço tecnológic­o e conhecimen­to científico, pode capitaliza­r essas oportunida­des através da partilha de experiênci­a e da transferên­cia de potencial para os países africanos”, sugeriu.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra das Finanças considera que existe um enorme potencial económico por explorar em Angola

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