Jornal de Angola

Luanda ainda tem défice de 200 escolas e 700 mil alunos fora do sistema de ensino

- Miguel Gomes

A capital do país ainda tem um défice de 200 escolas e regista mais de 700 mil alunos fora do sistema de ensino. A revelação foi feita ontem pelo governador provincial de Luanda, Sérgio Rescova,duranteain­auguração, pelo Presidente da República, da Escola Primária 5145, na Centralida­de do Zango 5.

“Até ao início do próximo ano lectivo contamos abrir onze novos estabeleci­mentos de ensino na província com capacidade para atender mais de 13 mil alunos”, explicou o governador, que também lamentou a “escassez de salas de aula” e o “aumento da população estudantil”.

“Mesmo aqui no Zango temos conhecimen­to de uma sala com apenas um professor e mais de 60 alunos”, frisou Sérgio Rescova. “Há muito trabalho e não devemos cruzar os braços. Mais do que falar, em Luanda deve se trabalhar mesmo”, disse o governador.

Durante a inauguraçã­o da centralida­de, foi explicado que o novo bairro já tem construída­s quatro escolas primárias, uma escola secundária, um instituto politécnic­o industrial e outro de formação de técnicos de saúde, o que perfaz um total de 132 salas de aula só no Zango 5.

O governador de Luanda também se referiu à implementa­ção de um novo modelo de escola pública. O projecto, baptizado “Escola de Confiança”, pretende tornar os estabeleci­mentos atractivos a vários níveis, no sentido de garantir conforto e bem-estar a alunos, professore­s e auxiliares.

Toda a informação foi partilhada com João Lourenço, Ana Dias Lourenço e restante equipa ministeria­l que acompanhou a inauguraçã­o da Centralida­de do Zango 5. O Presidente da República aproveitou a ocasião para visitar algumas salas de aula e infra-estruturas de apoio onde, apesar do ano lectivo de 2019 já estar encerrado, pôde interagir com algumas crianças de sete e oito anos (1ª classe).

Numa das salas, João Lourenço escreveu uma mensagem no quadro escolar onde desejou “amor, paz, saúde, paciência e justiça” e deixou votos de bom Natal e próspero Ano Novo. “O futuro está na vossa geração”, escreveu.

Metade das habitações já estão vendidas. Alguns dos imóveis da nova centralida­de já estão ocupados há cerca de um ano. Das 7964 unidades (todas de tipologia T3, entre vivendas, edifícios de dois e três pisos), 3756 já foram vendidas ou destinadas a trabalhado­res de empresas públicas e antigos combatente­s. As restantes vão começar a ser comerciali­zadas na primeira quinzena de Janeiro.

Ao todo, a centralida­de tem capacidade para 47.784 habitantes e disponibil­iza 12 equipament­os sociais - estabeleci­mentos de ensino, centro de saúde com capacidade para 58 camas, jardim infantil, estação de tratamento de água, entre outros serviços.

O processo de comerciali­zação dos imóveis está a cargo do Instituto Nacional da Habitação (INH) - responsáve­l por 30 por cento dos imóveis, com os restantes 70 por cento sob responsabi­lidade do Fundo de Fomento Habitacion­al (FFH).

A mais nova centralida­de de Luanda tem capacidade para 47.784 habitantes e já tem metade das quase oito mil casas comerciali­zadas. As próximas vendas começam na primeira quinzena de Janeiro de 2020

Os lotes para espaços comerciais e outros serviços serão comerciali­zados pela Empresa de Gestão de Terrenos Infra-estruturad­os (EGTI). A Centralida­de do Zango 5 ainda necessita da instalação de serviços bancários, de comércio e de transporte­s públicos para que a nova circunscri­ção ganhe vida própria

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da República percorreu algumas ruas da mais nova centralida­de de Luanda, no último dia da jornada de campo

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