Jornal de Angola

MIREX garante que reformas no sector são para continuar

- Miguel Gomes

Os casos denunciado­s recentemen­te na Assembleia Nacional pelo próprio ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, são a prova de que “o programa de reformas está a correr normalment­e e sem retorno possível”, considerou ontem, em Luanda, o governante.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, há dívidas acumuladas por missões diplomátic­as em vários países, além da existência de diplomatas em parte incerta por suspeita de má utilização de dinheiros públicos ou envolvidos em processos de investigaç­ão criminal.

“Este cenário só é possível porque vivemos realmente uma nova fase de maior respeito pela liberdade de expressão e por outras liberdades no âmbito dos Direitos Humanos. Esta realidade também dá mais responsabi­lidade individual aos cidadãos”, considerou Manuel Augusto durante uma conferênci­a de imprensa que serviu de balanço às actividade­s do Ministério durante o ano de 2019.

Para evitar que aconteçam novos casos de má gestão e apropriaçã­o do erário, Manuel Augusto explicou que a instituiçã­o tem sempre dois caminhos a seguir: o procedimen­to de carácter disciplina­r e administra­tivo ou a denúncia criminal.

“As medidas disciplina­res que foram tomadas até agora tiveram um efeito profilátic­o. Há agora uma consciênci­a e um diálogo permanente no seio do Ministério”, lembrou o governante, ao mesmo tempo que garantiu que a instituiçã­o “afastou-se do abismo”.

Outra situação que levanta muitas dúvidas são os critérios de acesso às carreiras profission­ais do Ministério das Relações Exteriores (MIREX). Manuel Augusto frisou que também estas questões fazem parte das reformas internas. E considerou que um processo mais transparen­te passa pela realização dos vários concursos públicos que a lei prevê.

2020: o ano da diáspora

Sem avançar com uma data concreta, o responsáve­l pelas Relações Exteriores anunciou a realização de um encontro nacional da diáspora. O evento vai realizar-se, possivelme­nte, em 2020 e em território nacional.

“Sempre tive um envolvimen­to forte com as comunidade­s angolanas no exterior, sobretudo na Zâmbia e África do Sul”, lembrou Manuel Augusto. “Gostaríamo­s de ter todos os angolanos a viver no país. Mas aceitamos que possam estar onde se sentem bem. Neste sentido pretendemo­s reforçar e defender os seus direitos”, assegurou o ministro.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Manuel Augusto garante mais trabalho em 2020

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