Jornal de Angola

Crimes em Darfur vão ser investigad­os

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A Procurador­ia Geral sudanesa anunciou ontem a abertura de uma investigaç­ão aos crimes cometidos em Darfur, palco desde 2003 de uma guerra entre movimentos rebeldes e o Exército do Sudão, segundo a Lusa.

“Iniciámos as investigaç­ões sobre os crimes perpetrado­s em Darfur desde 2003 e as acusações dirigidas aos comandante­s do antigo Governo, cujas penas incluem a pena de morte”, declarou o procurador-geral, Tagelsir el-Heber, numa conferênci­a de imprensa em Cartum.

O ex-Presidente sudanês Omar al-Bashir, derrubado em Abril, é acusado pelo Tribunal Penal Internacio­nal (TPI) de crimes de genocídio, de guerra e contra a humanidade pelo conflito em Darfur, que começou em 2003 com a revolta armada de grupos rebeldes e causou mais de 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados, segundo a ONU. Heber indicou que as investigaç­ões sobre os crimes cometidos em Darfur , iniciadas por Bashir em 2007, foram suspensas no ano seguinte por envolverem comandante­s das forças sudanesas.

“Todos os representa­ntes do antigo Governo de Bashir detidos na prisão de Kobar estão acusados de crimes e a serem processado­s em diferentes casos, não podendo ser libertados sob fiança”, disse ainda o procurador.

Entre eles, encontra-se o ex-ministro do Interior Ahmed Harun, procurado pelo Tribunal PenaI Internacio­nal. O Sudão é governado por um Executivo de transição, que tem a responsabi­lidade de assegurar a mudança no país para um governo civil, desde que, em Agosto, foi alcançado um acordo entre o Exército e os líderes do movimento de protesto que levou à demissão de Bashir, em Abril. O novo Governo prometeu pacificar as áreas de conflito, incluindo Darfur.

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DR Forças sudanesas são acusadas de atrocidade­s em Darfur

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