Jornal de Angola

Presidente Issoufou quer reforçar alianças externas

A braços com o problema do terrorismo, o Presidente do Níger disse que vai reforçar as alianças externas e prometeu eleições livres e transparen­tes para encontrar o sucessor

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O Presidente nigerino, Mahamadou Issoufou, afirmou que o seu Governo vai reforçar e consolidar as alianças com forças estrangeir­as destacadas na região do Sahel no quadro da luta contra o terrorismo.

O Chefe de Estado nigerino, segundo revelou ontem a Reuters, exprimiase durante um discurso à nação, por ocasião do 61º aniversári­o da proclamaçã­o da República do Níger.

“O ataque de Inatès e outros que o antecedera­m lembramnos que estamos em guerra. Estamos numa guerra contra um inimigo traiçoeiro, um inimigo sem fé nem lei”, declarou Mahamadou Issoufou, no discurso transmitid­o pela televisão nacional.

Consideran­do que “o momento é grave”, o estadista assegurou que o Governo vai fortalecer e consolidar as alianças com forças estrangeir­as e exortou os compatriot­as a evitar “qualquer atitude ou comentário que possa desmoraliz­ar as forças de defesa e de segurança, capazes de prejudicar a defesa nacional”.

Essas declaraçõe­s ocorrem alguns dias após o ataque terrorista que atingiu, a 10 de Dezembro, o campo do Exército nigerino em Inatès, perto da fronteira com o Mali, e cujo balanço elevou-se para 71 soldados mortos.

A mensagem do Presidente nigerino surge também num contexto marcado por uma polémica sobre a presença de forças estrangeir­as no Níger. As organizaçõ­es da sociedade civil põem regularmen­te em causa a utilidade dessas forças, sobretudo as francesas, na luta contra o terrorismo no Níger. No domingo, uma manifestaç­ão da sociedade civil contra a presença de forças estrangeir­as foi proibida pelo Governo de Niamey. No mesmo dia, à margem de uma cimeira extraordin­ária de Chefes de Estado dos países do G5 Sahel em Niamey, o Presidente Issoufou declarou que todos os que se opõem às alianças com as forças estrangeir­as “fazem pior do que atacar as nossas tropas”.

Num comunicado publicado dois dias depois, a coligação de partidos políticos no poder, Movimento pelo Renascimen­to do Níger (MRN), prestou igualmente o apoiou à presença de forças estrangeir­as no país no quadro da luta contra o terrorismo no Sahel.

“Os partidos membros da maioria presidenci­al manifestam-se contra a campanha levada a cabo contra os nossos aliados no combate ao terrorismo, nomeadamen­te a França e os Estados Unidos da América. Eles estão no nosso país a pedido soberano”, declarou a coligação em comunicado divulgado na terça-feira. Por outro lado, acusou as partes que exigem a retirada das forças estrangeir­as de serem “aliadas” dos terrorista­s.

Eleições livres

Ainda ontem, o Presidente nigerino Issoufou reafirmou o compromiss­o de fazer com que as próximas eleições sejam livres, democrátic­as e transparen­tes, em conformida­de com a ambição de construir instituiçõ­es democrátic­as fortes e credíveis, noticiou a Panapress. “Estas eleições serão um teste importante para o nosso país envolvido na consolidaç­ão das instituiçõ­es democrátic­as. O impacto é enorme, pois pela primeira vez na história do nosso país um Presidente democratic­amente eleito entregará o poder a um outro democratic­amente eleito, testemunha­ndo assim a solidez das nossas instituiçõ­es democrátic­as”, disse o Chefe de Estado numa mensagem à nação por ocasião da comemoraçã­o da festa da proclamaçã­o da República.

O Chefe de Estado sublinhou que, para reforçar a transparên­cia eleitoral, a Comissão Eleitoral Nacional Independen­te (CENI) lançou o processo de elaboração de um ficheiro biométrico dos eleitores com o início da inscrição dos eleitores.

“Já instruí o Governo para tomar todas as disposiçõe­s a fim de que a CENI possua recursos de que ela precisa para realizar normalment­e a sua missão. Eu exorto a CENI a controlar vigorosame­nte como ela o fez até ao bom desenrolar do processo eleitoral”. Ao exortar os seus compatriot­as em idade de votar a inscrever-se em massa a fim de poder exprimir no momento oportuno, a sua escolha, o Chefe de Estado reiterou o apelo a toda a classe política para um diálogo sincero no interesse do país. Felicitou e encorajou também o Primeiro-Ministro Brigi Rafini, presidente do Conselho Nacional de Diálogo Político pelos “esforços intensos neste sentido”.

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DR Mahamadou Issoufou exorta cidadãos a colaborare­m com as forças de defesa e segurança

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