Sociedade deve apoiar lares que acolhem crianças vulneráveis
Ministro de Estado para a Coordenação Económica assumiu o compromisso de apoiar o centro de acolhimento “Não há Órfãos de Deus”, que tem 72 crianças
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, declarou, ontem, que a sociedade tem a obrigação moral de prestar solidariedade às pessoas que albergam crianças em situação vulnerável.
Manuel Nunes Júnior, que falava ontem na cerimónia de entrega de donativo ao centro de acolhimento “Não Há Órfãos de Deus”, considerou a responsável da instituição de caridade, Albertina Capitango, também conhecida por Mamã Bety, uma pessoa de fé, por continuar a ter sob a sua custódia 72 crianças, numa altura em que o país vive grandes dificuldades económicas e sociais.
“A Mamã Bety sempre lutou para o vosso bemestar”, acentuou Manuel Nunes Júnior, quando se dirigia às crianças do lar, reconhecendo que a responsável do centro nunca cruzou os braços, apesar das dificuldades em manter a funcionar diariamente a instituição que criou.
Albertina Capitango transformou a sua casa em lar de acolhimento, um facto realçado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, que disse ser a Mamã Bety uma pessoa que “merece o nosso apoio”. “Assumimos o compromisso de prestar todo o apoio”, salientou o ministro de Estado para a Coordenação Económica, que amparou nos braços Albertina Capitango, quando a responsável do centro não conseguia conter as lágrimas, por ter estado visivelmente emocionada. “Tenho fé nessas promessas, porque Deus é que está a conduzirnos e quer ver essas crianças felizes”, declarou Albertina Capintango, explicando que algumas das crianças do lar que criou foram abandonadas pelos pais e outras andavam a mendigar nas ruas de Luanda.
Albertina Capitango contou que, no mês passado, recebeu duas irmãs gémeas levadas ao lar de acolhimento pelo próprio pai, que ficou com a responsabilidade de as criar, depois de terem sido abandonadas pela mãe. “Recebemos as duas crianças com muito agrado e carinho e foram baptizadas, uma com o nome de Luz e outra com o nome de Estrela”, adiantou Albertina Capitango.
Na moradia, transformada em lar de acolhimento, vivem meninas e, numa geminada, cedida, de acordo com Mamã Bety, por um “cidadão de boa fé”, estão os meninos. Mamã Bety reconheceu que o proprietário da outra moradia pode um dia pedir o seu imóvel, o que pode vir a atrapalhar o projecto social.
Uma oficina de artes e ofícios está nos planos de Mamã Bety, para dar formação aos meninos nas áreas de mecânica, serralharia, electricidade e alfaiataria e às meninas nas áreas de culinária, costura e beleza. “Como sempre trabalhei com fé em Deus, vou conseguir concretizar mais esse objectivo para o bem de todas as crianças que estão no centro”, disse, confiante.
Manifestação de fé e coragem de Albertina Capitango, que transformou a casa em lar de acolhimento comoveu o ministro de Estado