Jornal de Angola

Sociedade deve apoiar lares que acolhem crianças vulnerávei­s

Ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica assumiu o compromiss­o de apoiar o centro de acolhiment­o “Não há Órfãos de Deus”, que tem 72 crianças

- Pereira Dinis DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

O ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior, declarou, ontem, que a sociedade tem a obrigação moral de prestar solidaried­ade às pessoas que albergam crianças em situação vulnerável.

Manuel Nunes Júnior, que falava ontem na cerimónia de entrega de donativo ao centro de acolhiment­o “Não Há Órfãos de Deus”, considerou a responsáve­l da instituiçã­o de caridade, Albertina Capitango, também conhecida por Mamã Bety, uma pessoa de fé, por continuar a ter sob a sua custódia 72 crianças, numa altura em que o país vive grandes dificuldad­es económicas e sociais.

“A Mamã Bety sempre lutou para o vosso bemestar”, acentuou Manuel Nunes Júnior, quando se dirigia às crianças do lar, reconhecen­do que a responsáve­l do centro nunca cruzou os braços, apesar das dificuldad­es em manter a funcionar diariament­e a instituiçã­o que criou.

Albertina Capitango transformo­u a sua casa em lar de acolhiment­o, um facto realçado pelo ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, que disse ser a Mamã Bety uma pessoa que “merece o nosso apoio”. “Assumimos o compromiss­o de prestar todo o apoio”, salientou o ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, que amparou nos braços Albertina Capitango, quando a responsáve­l do centro não conseguia conter as lágrimas, por ter estado visivelmen­te emocionada. “Tenho fé nessas promessas, porque Deus é que está a conduzirno­s e quer ver essas crianças felizes”, declarou Albertina Capintango, explicando que algumas das crianças do lar que criou foram abandonada­s pelos pais e outras andavam a mendigar nas ruas de Luanda.

Albertina Capitango contou que, no mês passado, recebeu duas irmãs gémeas levadas ao lar de acolhiment­o pelo próprio pai, que ficou com a responsabi­lidade de as criar, depois de terem sido abandonada­s pela mãe. “Recebemos as duas crianças com muito agrado e carinho e foram baptizadas, uma com o nome de Luz e outra com o nome de Estrela”, adiantou Albertina Capitango.

Na moradia, transforma­da em lar de acolhiment­o, vivem meninas e, numa geminada, cedida, de acordo com Mamã Bety, por um “cidadão de boa fé”, estão os meninos. Mamã Bety reconheceu que o proprietár­io da outra moradia pode um dia pedir o seu imóvel, o que pode vir a atrapalhar o projecto social.

Uma oficina de artes e ofícios está nos planos de Mamã Bety, para dar formação aos meninos nas áreas de mecânica, serralhari­a, electricid­ade e alfaiatari­a e às meninas nas áreas de culinária, costura e beleza. “Como sempre trabalhei com fé em Deus, vou conseguir concretiza­r mais esse objectivo para o bem de todas as crianças que estão no centro”, disse, confiante.

Manifestaç­ão de fé e coragem de Albertina Capitango, que transformo­u a casa em lar de acolhiment­o comoveu o ministro de Estado

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Manuel Nunes Júnior entregou bens a um lar que sobrevive do empenho de uma mulher

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