Governador apresenta prioridades para o programa de desminagem
Processo de desminagem nas áreas do Projecto Transfronteiriço Okavango/Zambeze, Triângulo doTumpo e em outros troços rodoviários vai comportar um total de 72 mil metros quadrados, equivalente a 313 quilómetros
O governador da província do Cuando Cubango, Júlio Bessa, definiu como prioridade para este ano o processo de desminagem nas áreas do projecto transfronteiriço Okavango/Zambeze (KAZA), Triângulo do Tumpo e nos troços rodoviários Bico de Angola/Licua, Cuchi/Cutato e Malengue/Vissati, um total de, aproximadamente, 72 mil metros quadrados, equivalente a 313 quilómetros.
Júlio Bessa, que anunciou este programa durante uma reunião com responsáveis da Coordenação Provincial de Acção Contra Minas, disse que as acções de desminagem vão abranger também as localidades do Missombo, Jamba Cueio, Savate, Luassingua, Kuelei, Kambinda Kamanjolo e Caiundo.
Os trabalhos, segundo o governador, estarão a cargo das operadoras do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), The Halo Trust, Engenharia Militar e Polícia de Guarda Fronteira, que serão destacadas nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuchi, Cuangar, Mavinga, Rivungo e Dirico, localidades onde existe ainda muitos campos minados.
O governante pediu o envolvimento das administrações municipais e autoridades tradicionais nas acções de educação e sensibilização das populações, sobre o perigo das minas, “no sentido de se promover a vigilância no seio da comunidade e o sentimento de colaboração com as operadoras de desminagem”.
Balanço de desminagem
Durante o ano de 2019 as operadoras de desminagem na província do Cuando Cubango limparam uma área minada de 1.748.085 metros quadrados, correspondente a 49 quilómetros nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuangar, Dirico e Cuchi.
No período em referência foram removidos 619 minas antipessoal, 119 antitanque, 1.709 uxos e 25.111 munições diversas. The Halo Trust desenvolveu actividades nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuangar e Dirico, usando técnicas de desminagem manual, reconhecimento de áreas suspeitas, recolhas e destruição de engenhos explosivos não detonados, marcação e remarcação de campos de minas.
As operadoras do INAD e Engenharia Militar realizaram actividades pontuais nos arredores do Comando da 5ª Divisão das Forças Armadas Angolanas (FAA) e nas localidades do Cilindro, Chicomba e Luassingua, ao passo que a Polícia de Guarda Fronteira efectuou trabalhos pontuais na localidade de Damondamo, no município do Calai, onde removeram engenhos explosivos não detonados e a Sociedade Comercial desenvolveu as primeiras actividades pontuais na estrada Cuchi/Cutato.
No período em balanço foram também realizadas actividades de sensibilização sobre o risco de minas a 1.677 pessoas nas zonas onde as operadoras desenvolvem as tarefas de desminagem.
O Instituto de Reintegração Social dos Ex-Militares (IRSEM) durante o ano de 2019 apoiou no quadro da assistência as vítimas de minas, sete deficientes físicos no município de Menongue com kits profissionais, sendo seis na área de agricultura e um de alfaiataria.
O Jornal de Angola apurou que a Coordenação Provincial de Acção contra Minas enfrenta neste momento dificuldades de meios de transporte para permitir o acompanhamento e controlo das operações, e recolha de dados das actividades de desminagem, assim como a falta de apoio financeiro para o apoio dos técnicos de controlo de qualidade nas suas deslocações e de meios administrativos.