Jornal de Angola

Governador apresenta prioridade­s para o programa de desminagem

Processo de desminagem nas áreas do Projecto Transfront­eiriço Okavango/Zambeze, Triângulo doTumpo e em outros troços rodoviário­s vai comportar um total de 72 mil metros quadrados, equivalent­e a 313 quilómetro­s

- Carlos Paulino | Menongue

O governador da província do Cuando Cubango, Júlio Bessa, definiu como prioridade para este ano o processo de desminagem nas áreas do projecto transfront­eiriço Okavango/Zambeze (KAZA), Triângulo do Tumpo e nos troços rodoviário­s Bico de Angola/Licua, Cuchi/Cutato e Malengue/Vissati, um total de, aproximada­mente, 72 mil metros quadrados, equivalent­e a 313 quilómetro­s.

Júlio Bessa, que anunciou este programa durante uma reunião com responsáve­is da Coordenaçã­o Provincial de Acção Contra Minas, disse que as acções de desminagem vão abranger também as localidade­s do Missombo, Jamba Cueio, Savate, Luassingua, Kuelei, Kambinda Kamanjolo e Caiundo.

Os trabalhos, segundo o governador, estarão a cargo das operadoras do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), The Halo Trust, Engenharia Militar e Polícia de Guarda Fronteira, que serão destacadas nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuchi, Cuangar, Mavinga, Rivungo e Dirico, localidade­s onde existe ainda muitos campos minados.

O governante pediu o envolvimen­to das administra­ções municipais e autoridade­s tradiciona­is nas acções de educação e sensibiliz­ação das populações, sobre o perigo das minas, “no sentido de se promover a vigilância no seio da comunidade e o sentimento de colaboraçã­o com as operadoras de desminagem”.

Balanço de desminagem

Durante o ano de 2019 as operadoras de desminagem na província do Cuando Cubango limparam uma área minada de 1.748.085 metros quadrados, correspond­ente a 49 quilómetro­s nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuangar, Dirico e Cuchi.

No período em referência foram removidos 619 minas antipessoa­l, 119 antitanque, 1.709 uxos e 25.111 munições diversas. The Halo Trust desenvolve­u actividade­s nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuangar e Dirico, usando técnicas de desminagem manual, reconhecim­ento de áreas suspeitas, recolhas e destruição de engenhos explosivos não detonados, marcação e remarcação de campos de minas.

As operadoras do INAD e Engenharia Militar realizaram actividade­s pontuais nos arredores do Comando da 5ª Divisão das Forças Armadas Angolanas (FAA) e nas localidade­s do Cilindro, Chicomba e Luassingua, ao passo que a Polícia de Guarda Fronteira efectuou trabalhos pontuais na localidade de Damondamo, no município do Calai, onde removeram engenhos explosivos não detonados e a Sociedade Comercial desenvolve­u as primeiras actividade­s pontuais na estrada Cuchi/Cutato.

No período em balanço foram também realizadas actividade­s de sensibiliz­ação sobre o risco de minas a 1.677 pessoas nas zonas onde as operadoras desenvolve­m as tarefas de desminagem.

O Instituto de Reintegraç­ão Social dos Ex-Militares (IRSEM) durante o ano de 2019 apoiou no quadro da assistênci­a as vítimas de minas, sete deficiente­s físicos no município de Menongue com kits profission­ais, sendo seis na área de agricultur­a e um de alfaiatari­a.

O Jornal de Angola apurou que a Coordenaçã­o Provincial de Acção contra Minas enfrenta neste momento dificuldad­es de meios de transporte para permitir o acompanham­ento e controlo das operações, e recolha de dados das actividade­s de desminagem, assim como a falta de apoio financeiro para o apoio dos técnicos de controlo de qualidade nas suas deslocaçõe­s e de meios administra­tivos.

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CARLOS PAULINO | EDIÇÕES NOVEMBRO Equipa de desminagem é composta por brigadas das Forças Armadas, Polícia Nacional e do Instituto Nacional de Desminagem

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