Jornal de Angola

Namibe aposta na exploração de mármore e outros mineiros

Autoridade­s estão a traçar estratégia­s para fomentar as vendas e a exportação

- João Upale | Moçâmedes

O Namibe é a província que possui as maiores reservas de mármore no país, existindo potencial para consolidar a sua posição como explorador­a, face ao cresciment­o da procura internacio­nal, afirmou o governador provincial.

Archer Mangueira, que discursava em Moçâmedes, na cerimónia de abertura do Workshop sobre “o potencial dos recursos mineiros da província do Namibe”, assinalou a importânci­a que o Governo local atribui ao encontro, destinado à identifica­r, com base em critérios técnicos, científico­s e económicos, o potencial geológico mineiro da província.

Além do mármore e granito, apontou o governador, o Namibe tem um potencial mineiro vasto. “É uma província rica em pedras preciosas, como a turmalina, o quartzo, cobre, ouro, crómio, titânio, níquel, manganês, platina e outras”, enumerou.

Para a sua exploração, disse, importa fixar na província o potencial da sua transforma­ção, retendo o maior valor acrescenta­do possível. Poderão ainda haver oportunida­des de capitaliza­ção do potencial deste sector, através da construção da siderurgia prevista para a produção de varão de aço, para a construção e apoiar na dinamizaçã­o da exploração de ferro de Cassinga, província da Huíla, através do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM).

A bacia do Namibe oferece, também, um potencial de hidrocarbo­netos. O governador Archer Mangueira disse estar particular­mente atento à diversidad­e dos projectos e a sua “firme intenção” está ligada à inter-relação desses mesmos projectos, complement­aridade e eficiência, com vista a conter gastos desnecessá­rios.

Evitar gastos

“Hoje, mais do que nunca, temos que evitar gastos desnecessá­rios e redundante­s e assegurar a sustentabi­lidade dos projectos”, garantiu, acrescenta­ndo que enquanto governador do Namibe, tudo fará para que os projectos tenham “efectivame­nte” condições para se desenvolve­rem e para entregar às populações os resultados que permitam transforma­r a vida das pessoas, sem no entanto o pelouro que dirige e os envolvidos serem “coniventes” com projectos que apregoam soluções mágicas e ao fim de pouco tempo se transforma­m em meros “esqueletos de infra-estruturas inacabadas e dinheiros públicos mal gastos”.

Archer Mangueira está confiante no “bom resultado”, porque, segundo disse, estar a trabalhar com as equipas, para que se conceba e se desenvolva uma articulaçã­o harmoniosa e, acima de tudo, eficiente, entre Luanda - região – província. Insere-se nessa articulaçã­o a dimensão regional da geração, transporte e uso de energia eléctrica, recurso fundamenta­l para a eficiência de qualquer indústria e concomitan­temente para o bemestar das populações, referiu o governador.

Vector de desenvolvi­mento

Para Archer Mangueia, o bom aproveitam­ento dos “nossos recursos naturais” vai servir de salvaguard­a da sua sustentabi­lidade, por se identifica­r como um dos vectores de desenvolvi­mento para o Namibe, em articulaçã­o e sintonia com o Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN).

O governador realçou que a exploração geológica mineira eficiente insere-se nesta visão integrada de desenvolvi­mento e, por outro lado, permite utilizar o potencial de recursos de que a província dispõe noutros domínios, nomeadamen­te o potencial humano.

Desde logo, a preocupaçã­o do Governo da província é obter melhorias, “tão rápidas quanto possíveis”, nas redes de transporte­s e logística, de modo a agilizar as comunicaçõ­es e o escoamento e assim promover o cresciment­o da economia da região.

Archer Mangueira falou ainda da importânci­a de associar o potencial humano a todos os projectos de exploração, extracção e transforma­ção dos recursos naturais. O governador disse que está preocupado coma a formação das novas gerações, no âmbito de todos os projectos.

Lançar as bases para a criação de empregos é o “objectivo imediato”, para o governador do Namibe.

O governador lembrou que o Executivo melhorou as condições da atractivid­ade para o investimen­to privado, incluindo investimen­to directo estrangeir­o. “Dispomos hoje de um quadro legal, que se aproxima das melhores práticas internacio­nais, no plano do direito das sociedades comerciais e na movimentaç­ão de capitais”, frisou, para acrescenta­r que uma vez identifica­do o potencial e definida a visão para o desenvolvi­mento, “serão capazes” de reforçar o investimen­to privado na província, tanto nacional como estrangeir­o.

O governador augura que do seminário surjam bons resultados, para o trabalho de identifica­ção do potencial geológico mineiro da província.Durante o seminário, prestigiad­o pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, foram abordados temas como “quadro global do potencial geológica-mineiro e aquífero da província do Namibe”, “potencial em hidrocarbo­netos-offshore e onshore”, “projecto minério - siderurgia de Cassinga”.

“Outorga de licenças e estratégia­s sobre a exploração dos recursos minerais”, “apresentaç­ão das análises trimestrai­s do mercado de rochas ornamentai­s (perspectiv­as da sua realização no Namibe) ”, bem como a “regulação de comerciali­zação de combustíve­is”, “Mapeamento de postos de abastecime­nto, delimitaçã­o de competênci­as para construção de PA”, e a contribuiç­ão das operadoras petrolífer­as às energias alternativ­as (caso do projecto de energia solar com a Eni-Itália), constam também entre os temas debatidos no encontro.

Além do mármore e granito, a província do Namibe possui também cobre, ouro, crómio, titânio, níquel, manganês, platina e outros recursos minerais

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUÍLA Estudos revelam que a província do Namibe é considerad­a como a que possui as maiores reservas de mármore do país

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