953 migrantes foram repatriados para a Líbia
Perto de mil migrantes que tentaram atravessar o Mediterrâneo foram reenviados para a Líbia durante as duas primeiras semanas de 2020, apesar do conflito interno que afecta aquele país, revelou, ontem, a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Desde o início do ano, cerca de 1.100 migrantes deixaram a Líbia por via marítima, mas a grande maioria (953 pessoas), incluindo 136 mulheres e 85 crianças, foi reenviada para o território líbio e para centros de detenção, segundo a agência da ONU chefiada por António Vitorino.
“A maioria deles desembarcou em Tripoli e foram levados para centros de detenção”, afirmou uma porta-voz da OIM, Safa Msehli, numa conferência de imprensa em Genebra (Suíça). Em finais de Outubro, a Itália decidiu renovar um acordo migratório controverso, mas considerado eficaz, que tinha sido assinado em 2017 com a Líbia e que previa uma ajuda financeira, bem como a formação da guarda costeira líbia.
O acordo, que contou com o apoio da União Europeia (UE), tinha como objectivo travar a saída de migrantes em direcção à Europa. Várias Organizações Não-Governamentais têm denunciado os termos do acordo, sublinhando que os migrantes são devolvidos à Líbia e colocados em centros de detenção sobrelotados, onde as condições de vida são bastante precárias e os episódios de violência regulares.