Jornal de Angola

Irão produz mais urânio enriquecid­o que em 2015

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O Presidente iraniano, Hassan Rohani, disse, ontem, que o Irão está a enriquecer diariament­e mais urânio do que antes do tratado internacio­nal de 2015 sobre energia nuclear.

“Estamos a enriquecer mais urânio do que antes do acordo”, disse o Chefe de Estado do Irão durante um discurso em que sublinhou que o país “está a progredir”, apesar das pressões internacio­nais.

Por outro lado, e tendo em conta o agravament­o das relações entre Washington e Teerão, o Presidente iraniano declarou que o Irão “trabalha diariament­e para impedir a guerra”.

“O Governo trabalha diariament­e para impedir um confronto militar ou a guerra”, disse o Chefe de Estado iraniano, acrescenta­ndo que o diálogo entre o Irão “e o mundo” é difícil, mas não é impossível.

O Plano de Acção Conjunto Global é um acordo firmado a 14 de Julho de 2015, em Viena, pelo Irão e pelos países com assento no Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), mais a Alemanha, visando restringir a capacidade do Irão para desenvolve­r armas nucleares.

O pacto estipula que o Irão não pode ultrapassa­r o armazename­nto de 300 quilograma­s de urânio com um nível de enriquecim­ento de 3,67 por cento e limita o número de centrifuga­doras (utilizadas para enriquecer urânio) de que o Irão pode dispor a 6.104, contra 20 mil que tinha antes da aplicação do pacto.

O acordo permitiu o levantamen­to de parte das sanções internacio­nais ao país em troca do compromiss­o de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Em Maio de 2018, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo e voltavam a aplicar sanções ao Irão.

No início deste mês, o Irão anunciou que iria deixar de cumprir os compromiss­os relativos ao tratado nuclear assinado em 2015, deixando de respeitar os limites relativame­nte ao enriquecim­ento e armazename­nto de urânio.

França, Alemanha e Reino Unido accionaram esta semana um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromiss­os assumidos no acordo nuclear assinado em 2015, num processo que será supervisio­nado pela União Europeia (UE).

O Irão vive tempos agitados depois de o seu principal general, Qassem Soleimani, ter sido morto pelos Estados Unidos no Iraque, no início do mês.

A República Islâmica retaliou, lançando mísseis contra bases com soldados norteameri­canos no Iraque, após o que um míssil iraniano atingiu um avião comercial ucraniano que acabava de descolar do aeroporto de Teerão, matando os seus 176 ocupantes, a maioria iranianos e canadianos.

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DR Hassan Rohani diz que o Irão progride apesar das pressões

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