Enfermeiros angolanos vão fazer doutoramento
Profissionais do ramo de enfermagem vão, a partir deste ano, fazer cursos de mestrado e doutoramento na área de assistência em universidades brasileiras, informou, ontem, em Luanda, o bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA), Paulo Luvualo.
Em declarações à imprensa, após a assinatura do acordo de cooperação técnica entre a ORDENFA e o Conselho Federal de Enfermagem do Brasil (COFEN), Paulo Luvualo disse que as universidades brasileiras estão dispostas a oferecer bolsas para mestrado e doutoramento.
De acordo o bastonário, o país possui apenas 34 enfermeiros com título de mestre, dos quais, uma boa parte se dedica à actividade de docência, em detrimento da assistência maternoinfantil ou a preventiva.
A ida de enfermeiros angolanos para o Brasil, disse Paulo Luvualo, só será concretizada caso o Executivo disponibilize recursos financeiros afim de custear a formação que se pretende.
Além da disponibilidade em oferecer bolsas, frisou o bastonário, enfermeiros e pesquisadores brasileiros passarão a vir a Angola com o objectivo de desenvolver actividades específicas no sector da Saúde, com maior ênfase, nas áreas da assistência materno-infantil e preventiva. Paulo Luvualo disse, também, que o acordo prevê promover nos dois países, cursos técnicos em fiscalização, gestão financeira, elaboração de processos disciplinares e do aprimoramento nas diversas áreas de enfermagem, salvaguardando cada um a sua legislação.
O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda disse que é, também, preocupação do Ministério de tutela e do Governo de Angola, alinhar e criar condições de ensino para a formação em pós-graduação dos enfermeiros.
Há uma necessidade em formar e usar meios para munir os enfermeiros com novas valências. Queremos que o acordo firmado seja um facto e não se limite apenas na especialização para a saúde materno-infantil, mas sim em outras áreas de enfermagem.
O presidente do Conselho Federal de Enfermagem do Brasil (COFEN), Manoel Neri da Silva, disse que o acordo de cooperação técnica é de natureza mútua, porque as duas classes vão poder trocar experiências. A COFEN, referiu Manoel Neri da Silva, está disposta a cooperar com a sua congénere de acordo com as necessidades do sector da Saúde em Angola.
“Os dois milhões de enfermeiros que o Brasil tem vão favorecer a partilha de experiência técnica com Angola, por forma a dar maior dignidade às classes e a melhorar a prestação de serviço ao cidadão com qualidade”, disse o presidente da COFEN.