Aumentam as mortes por uso de telemóvel ligado à tomada
Usar o telemóvel ligado à tomada enquanto a bateria do aparelho estiver a receber carga é um comportamento muito frequente entre jovens e adultos em várias partes do mundo.
Apesar dos alertas feitos por especialistas para os riscos de electrocussão resultantes do uso de telemóvel ligado à tomada, muitas pessoas, ao que tudo indica, ainda ignoram as advertências, estando a negligência na origem de algumas mortes em vários países.
Embora a ocorrência de curto-circuitos não seja algo tão comum, a recomendação dos especialistas é evitar ao máximo mexer nos telemóveis durante a recarga da bateria.
No Brasil, por exemplo, morreu electrocutado, no início de Dezembro do ano passado, um rapaz de 13 anos enquanto usava o telemóvel ligado à tomada eléctrica, depois de ter regressado da escola.
O rapaz, que vivia em Minas Gerais, ouvia, sentado numa cadeira, música a partir de um auricular. Depois de ter levado choque eléctrico, o rapaz caiu e morreu em decorrência de uma paragem cardiorrespiratória, apesar de ter sido submetido a várias tentativas de reanimação por uma equipa de uma Unidade de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
No Cazaquistão, uma menina de 14 anos morreu, no final de Novembro, depois de o telemóvel ter explodido debaixo da almofada enquanto dormia.
De acordo com informações do jornal britânico Daily Mail, a adolescente foi para a cama quando ouvia música com um auricular, tendo sido encontrada morta no dia seguinte.
Segundo a Polícia local, citada pelo Daily Mail, a bateria do aparelho explodiu perto da cabeça da menor e a explosão aconteceu devido a uma sobrecarga de energia, que aqueceu o telemóvel.
Também em Novembro, um homem de 40 anos foi encontrado morto no seu quarto, em Samut Prakan, na Tailândia. Acredita-se que tenha sido electrocutado enquanto usava o telemóvel deitado na cama. De acordo com a imprensa local, Somchai Singkorn, chefe de cozinha, assistia a um jogo de futebol no próprio aparelho, que estava conectado à tomada. O corpo de Somchai Singkorn tinha marcas de queimaduras no braço, rosto e no pescoço, locais em que o cabo do celular parece ter tocado.
Especialistas alertam que o risco de carregadores piratas causarem algum curto-circuito é maior, porque podem fornecer uma energia além da necessária, e o resultado pode ser até mesmo um incêndio. O alerta é também extensivo à utilização de telemóveis ligados à tomada eléctrica quando se está a tomar banho ou num ambiente perto de água.
E, em Angola, será que já aconteceram mortes similares? Abordada por telefone pelo Jornal de Angola, uma fonte do Serviço de Investigação Criminal (SIC) garantiu que a instituição nunca registou nenhuma morte por choque eléctrico por uso de telemóveis ligados à tomada eléctrica. O Jornal
de Angola enviou, através do WhatsApp, um breve questionário para o coordenador do Laboratório de Telecomunicações do Instituto de Telecomunicações (ITEL), Cláudio de Almeida Gonçalves, que respondeu pela mesma via.
A uma pergunta sobre se tem conhecimento da morte de alguém em Angola em decorrência das circunstâncias que estão na origem das três mortes referenciadas no texto, o professor Cláudio Gonçalves respondeu: “Felizmente, não. Mas, devido à forma negligente como a população usa os telemóveis, não me surpreenderia diante de tal ocorrência”. O coordenador do Laboratório de Telecomunicações do Instituto de Telecomunicações disse ter visto já pessoas a levarem à boca a ponta do cabo USB dos seus carregadores só para confirmarem se por ele está a passar corrente ou não. “Isso é um perigo autêntico”, alerta o professor na entrevista, que está publicada na íntegra na página seguinte.
Também em Novembro, um homem de 40 anos foi encontrado morto no seu quarto, em Samut Prakan, na Tailândia. Acreditase que tenha sido electrocutado enquanto usava o telemóvel deitado na cama