Jornal de Angola

Chuvas intensas acompanhad­as de raios provocam 14 mortes

Várias regiões do Cuando Cubango são assoladas por enxurradas e raios de Janeiro a Abril e de Outubro a Dezembro, pelo que algumas entidades apelam para a colocação de pára-raios em algumas vilas para se evitar vítimas mortais

- Lourenço Bule e Odeth Manhengo | Menongue

Chuvas intensas, acompanhad­as de raios, mataram 14 pessoas e deixaram 19 gravemente feridas no ano transacto, na província do Cuando Cubango, informou ao Jornal de Angola o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, agente de 2ª classe, Júlio Muliata.

Segundo o responsáve­l a província do Cuando Cubango é propensa a muitas trovoadas, sobretudo de Janeiro a Abril, e de Outubro a Dezembro, períodos em que as chuvas caem com muita intensidad­e. “Por este motivo no tempo colonial em vilas e cidades haviam páraraios”, disse, para acrescenta­r: “Muitos destes equipament­os, em Menongue e em outras sedes municipais, foram vandalizad­os”.

Júlio Muliata disse que, no período em referência, na cidade de Menongue, houve 13 casos de pessoas atingidas por raios nos municípios do Cuchi , Cuíto Cuanaval, Cuangar e Mavinga, apelando ao Governo da província para instalar torres de 20 ou 30 metros de altura para a fixação de pára-raios, nos espaços de maior concentraç­ão de população, ou como alternativ­a “exigir os empreiteir­os”para colocarem estes dispositiv­os nas novas infraestru­turas que estão a ser erguidas.

“Hoje estão a ser construída­s centenas de escolas, postos médicos, igrejas, residência­s , centros comerciais, enfim, vários tipos de infraestru­turas sem pára-raios por perto, isso é um grande risco para a população”, alertou, aconselhad­o a instalação deste instrument­o em cada 200 metros em zonas propensas de chuvas, pois o cenário a continuar assim, “os raios vão ceifar sempre vidas humanas”.

Outros sinistros

Júlio Muliata revelou que em 2019, a corporação que representa registou 100 incêndios, que provocaram oito feridos e danos materiais diversos, que comparado com igual período em 2018 houve uma diminuição de 61 casos.

As causas dos incêndios prendem-se com o curtocircu­ito, negligênci­a, casos de fuga de gás e descargas eléctrica. Destas ocorrência­s resultaram a destruição de 67 casas, deixando 402 pessoas ao relento.

O município de Menongue, informou, liderou a lista dos incêndios na província em 2019, com 88 casos, Cuangar e Cuchi com quatro ocorrência­s cada, Mavinga com três e Cuito Cuanavale com apenas um caso.

Ainda no ano transacto, segundo o porta-voz dos Bombeiros, houve 48 casos de afogamento em toda a província, que culminaram com a morte de 30 pessoas. Uma outra morreu por ataque de um jacaré. Registou-se ainda oito casos de pessoas feridas de risco habitadas em toda a província.

A corporação, revelou, tem registada 33 ravinas situadas em Menongue, Cuito Cuanavale, Cuchi, Dirico, Nancova e Calai, “que, por indisponib­ilidade financeira, apenas quatro, na sede municipal do Cuito Cuanavale, estão a ser intervenci­onadas. por ataques de hipopótamo­s no Rivungo, Mavinga e Calai. O responsáve­l disse que existem 59 áreas considerad­as

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NICOLAU VASCOO | EDIÇÕES NOVEMBRO Autoridade­s policiais estiveram no local onde várias pessoas perderam a vida devido a queda de um raio

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