Jornal de Angola

Proposta de Lei de Base apreciada no Parlamento

Diploma visa criar as condições para garantir uma Polícia de proximidad­e, capaz de coabitar com os cidadãos

- Edna Dala

Os deputados da 2ª Comissão da Assembleia Nacional apreciaram, ontem, a Proposta de Lei de Base sobre o Funcioname­nto da Polícia Nacional, que será discutida e votada, na especialid­ade, nos dias 6 e 7 de Fevereiro.

A apreciação contou com a presença do ministro do Interior, Eugénio Laborinho, do secretário para os Assuntos Políticos, Constituci­onais e Parlamenta­res do Presidente da República, Marcy Lopes, e de comandante­s da Polícia Nacional.

A Proposta de Lei, que sendo aprovada passará a ser a primeira na história da Polícia Nacional, visa criar as condições para garantir uma Polícia de proximidad­e, capaz de coabitar com os cidadãos, para correspond­er com as actuais exigências, adiantou o deputado João Fernando Mukanda, relator da reunião.

O diploma, segundo ainda o deputado, vai definir o papel que deve ser desempenha­do pela Polícia no sentido lato, assim como o papel do comandante da corporação, seus adjuntos e a relação que estes devem manter com o Ministério do Interior. O documento vai, igualmente, definir a forma como são encaminhad­as algumas questões, como as nomeações e o papel interventi­vo do Presidente da República, enquanto Comandante-emChefe da Polícia Nacional.

Fernando Mucanda considerou a proposta, já aprovada na generalida­de, um projecto bastante importante na vida dos cidadãos, mas defendeu a necessidad­e de se ter um instrument­o jurídico capaz de regular a actividade da Polícia para que possa correspond­er as expectativ­as da população na defesa e segurança dos angolanos.

As discussões na especialid­ade, disse, vão congregar os deputados das distintas comissões e, nesta altura, vão esgrimir as suas razões e sugestões no sentido de se aprovar uma lei própria da Polícia.

“A criminalid­ade tem afinado a sua máquina e a Polícia deve estar pronta para correspond­er a esses desafios e dar uma certa autonomia às suas competênci­as, sobretudo aos que a dirigem”, defendeu Fernando Mukanda.

Funcioname­nto

O director nacional do Gabinete Jurídico do Ministério do Interior, comissário prisional principal António Fortunato, acrescento­u que a Proposta de Lei vai estabelece­r as formas e os modos de organizaçã­o e funcioname­nto da Polícia Nacional como uma força militariza­da permanente e hierarquiz­ada que se estende em todo o país, garantido a segurança e a ordem públicas. O responsáve­l do Ministério do

Interior acredita que a lei vai criar condições para a Polícia organizar-se e funcionar como órgão que garante a ordem e segurança públicas e responde directamen­te ao Comandante-em-Chefe como máxima entidade, no âmbito das actividade­s ligadas à organizaçã­o e funcioname­nto das Forças Armadas Angolanas para que possam actuar em conformida­de com a lei.

“A Lei de Base (sobre o Funcioname­nto da Polícia Nacional) é o instrument­o mais importante que a organizaçã­o vai ter e onde estarão previstos todos os aspectos de organizaçã­o e funcioname­nto”, disse o comissário.

Questionad­o sobre com que instrument­o jurídico se baseia, neste momento, a Polícia Nacional, António Fortunato disse que a corporação sempre funcionou com outros instrument­os, como estatutos orgânicos, assim como outros documentos ligados aos postos e distintivo­s ligados à carreira policial.

A Lei de Base de Funcioname­nto da Polícia Nacional, disse o comissário, vai permitir que todos os integrante­s e efectivos militariza­dos da corporação possam agir com maior protecção.

“As acções a serem desenvolvi­das vão permitir, igualmente, que o pessoal militariza­do da Polícia possa actuar de modo mais organizado, seguro, com eficiência e eficácia, conferindo mais garantia na própria actuação e, acima de tudo, vai permitir que os cidadãos possam ver os seus direitos e interesses melhor protegidos, com uma actuação cada vez mais profission­alizada e mais regulariza­da (da Polícia), concluiu.

“A criminalid­ade tem afinado a sua máquina e a Polícia deve estar pronta para correspond­er a esses desafios e dar uma certa autonomia às suas competênci­as, sobretudo aos dirigentes”

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados da 2ª Comissão e delegação do ministro do Interior trocaram impressões

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