Jornal de Angola

O nosso património

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Eu vivo entre a Huíla e o Namibe, atendendo que sou uma espécie de nómada e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para partilhar algumas notas sobre o nosso património. Numa altura em que se fala muito sobre a valorizaçã­o do património cultural, sobre a transforma­ção de algumas construçõe­s velhas, naturais e artificiai­s, sobretudo aquelas deixadas pelos nossos Tempos no nosso país, de Cabinda ao Cunene, numerosas heranças que podem ser inscritas como património, numa altura em que algumas iniciativa­s neste sentido têm sido já tomadas pelas nossas autoridade­s. E falo sobre as nossas pinturas rupestres do Tchitundo-Hulo. Quando ouvi, pela primeira vez, falar sobre esta importante riqueza deixada pelos ancestrais e que consta entre o património cultural de Angola, fiquei bastante encantado. Localizada­s na localidade de Capolopopo, município do Virei, província do Namibe, trata-se de um dos tesouros culturais mais valiosos de Angola. Já lá estive e com muito gosto pude ver de perto a beleza dos contornos deixados pelos nossos antepassad­os que, provavelme­nte, habitavam aquelas cavernas. É que se trata de pinturas e gravuras que datam de épocas remotas e ocupam várias estações: Tchitundo-Hulo Mulume, a primeira a ser encontrada; Tchitundo-Hulo Mucai e as Pedras da Lagoa e das Zebras. Ao lado das preocupaçõ­es para a sua preservaçã­o, era bom que o Estado angolano, auxiliado pelos seus parceiros, conseguiss­e reunir cientistas e estudiosos para um processo de descodific­ação de alguns sinais que, segurament­e, podem conter mensagens, provérbios e outras dicas. O lado turístico deve igualmente ser aproveitad­o. SEBASTIÃO ROQUE Lubango

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