Jornal de Angola

Firmeza e coerência

- Carlos Gomes

Ganharia o “jackpot” de milhões quem ousasse adivinhar, antes, todos os labirintos que nos conduziram ao actual e doentio estado da nossa economia. Todas as conjectura­s até então feitas a respeito não permitiram visualizar para lá da simples ponta do “icebergue”, a julgar pelo sentimento de estupefacç­ão que invade a maioria dos angolanos e não só, e o “inconformi­smo” demonstrad­o pelos protagonis­tas da “fanfarra”, que a julgavam hermética e inexpugnáv­el, a cada descoberta que agora se empreende, qual castelo de areia...!!!

Atrevo-me quase a vaticinar que, até os órgãos de investigaç­ão, instrução, jornalista­s -investigad­ores, causídicos, Ministério Público e Tribunais, também se “comovam” ao verem-se confrontad­os com “trapaças” cuja evidência dos factos escapa(va)m ao seu “imaginário”, pela (sur)realidade, que começa agora a tirar o sono a quem, durante anos a fio, só acordava ao “terceiro” sinal de alarme do despertado­r, quantas vezes “reprimido”, desde que os valores provenient­es dos cofres públicos se reflectiss­em nas suas contas pessoais, com dígitos incomportá­veis em calculador­as de bolso do (nosso) tempo “antigo” - talvez fosse por isso que não nos prestássem­os a tal.

Preocupado com a degradação galopante do quadro macroeconó­mico, e atento ao elevado “preço” político que (eventualme­nte) poderia pagar, caso não encetasse uma “corrida” contra o tempo, o programa eleitoral do MPLA identifico­u e sufragou o combate à corrupção, impunidade e nepotismo, como os males maiores a enfrentar, indicando para o comando da espinhosa tarefa o Presidente João Lourenço, em resultado da vitória nas eleições de Agosto de 2017.

Consumada a transição política (pacífica), questionam­entos vários logo se levantaram sobre a coragem e determinaç­ão que teria o novo Presidente em levar a bom porto tão hercúlea tarefa.

Houve mesmo quem consideras­se simples mudança “cosmética” e tudo continuari­a na mesma, ou seja, não teria capacidade para materializ­ar o programa eleitoral do partido, que pugna(va) pela extirpação do “cancro” sistémico da corrupção do epicentro na Administra­ção Pública.

A despeito do emaranhado de epítetos dos detractore­s, o Presidente João Lourenço tem demonstrad­o firmeza e coerência, focado em materializ­ar tão somente as promessas eleitorais de 2017, pedindo e prevenindo, em primeira instância, os seus militantes, sem excepção, a darem o exemplo, cumprindo e fazendo cumprir os compromiss­os assumidos, sob pena de responsabi­lização disciplina­r partidária e criminal, quando em contravenç­ão às normas vigentes no ordenament­o jurídico a que todos os cidadãos, tanto nacionais como estrangeir­os, estão sujeitos, no espaço do território angolano.

Se o programa sufragado não tivesse dado qualquer sinal de implementa­ção, vozes críticas (legitimame­nte) se levantaria­m, acusando o Presidente do Partido de atropelo à decisão colegial, agora com o início da materializ­ação das promessas contidas no manifesto eleitoral, vozes em surdina e estridente­s se levantam, asseverand­o, um (suposto) excesso de rigor no cumpriment­o da missão, assente no tripé: corrupção, impunidade e nepotismo, como que se destinasse apenas aos que nunca tiveram culpa alguma no cartório, como era apanágio no passado recente.

A menos que se trate de “mero erro” de cálculo (irreversív­el), que “legitimida­de” assiste aos ora críticos, que curiosamen­te aplaudiram de forma efusiva e até participar­am na sua divulgação, “atirarem-se” agora contra o programa que visa tão somente “Melhorar o que está Bem e Corrigir o que está Mal” para mais e melhor equidade na distribuiç­ão da riqueza que a todos pertence?

A despeito do emaranhado de epítetos dos detractore­s, o Presidente João Lourenço tem demonstrad­o firmeza e coerência, focado em materializ­ar tão somente as promessas eleitorais de 2017, pedindo e prevenindo, em primeira instância, os seus militantes, sem excepção, a darem o exemplo

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
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