PGR nega estar a negociar com Isabel dos Santos
A Procuradoria-Geral da República desmentiu, ontem, que tenha iniciado conversações com a empresária Isabel dos Santos, ou seus representantes, referentes aos processos, criminal e cível, que pesam contra si.
Em comunicado de imprensa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) nega que haja qualquer negociação em curso, nem manifestação ou acto da sua parte a respeito de qualquer iniciativa de negociação com Isabel dos Santos. A PGR garante que, enquanto autoridade responsável pela instrução preparatória dos processos-crime e fiscal da legalidade, continuará a exercer o papel que lhe compete nos processos em curso contra a empresária.
Com o comunicado, a PGR reage a informações que davam conta de manter “negociações com a cidadã Isabel dos Santos ou seus representantes, no âmbito dos processos judiciais em curso”. A notícia, agora desmentida, tinha sido avançada em primeira mão, sextafeira, pelo jornal português
“Expresso”, que garante ter havido as primeiras reuniões entre as duas partes.
A 23 de Dezembro do ano passado, o Tribunal de Luanda decretou o arresto preventivo dos bens de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, esposo, e Mário Filipe Moreira Leite da Silva, então presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento Angola (BFA).
No processo, o Estado angolano solicita o pagamento de USD 1.136.996.825,56 (mil milhões, cento e trinta e seis milhões, novecentos e noventa e seis mil, oitocentos e vinte e cinco dólares e cinquenta e seis cêntimos), resultante de vários negócios entre empresas do Estado angolano e os requeridos.
O despacho-sentença é fruto de um requerimento de providência cautelar intentado pelo Estado angolano. Em Agosto de 2018, a PGR notificou a empresária para prestar esclarecimentos sobre a gestão, enquanto antiga presidente do Conselho de Administração da Sonangol.
A empresária Isabel dos Santos seria ouvida no quadro de um inquérito instaurado pela PGR, a 2 de Março de 2018, para apurar denúncias de uma transferência de mais de 38 milhões de dólares, supostamente por si orientada, depois de exonerada da gestão da petrolífera angolana.