Jornal de Angola

Experiênci­a e sabedoria e os caminhos da paz

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Os Presidente­s de Angola, Ruanda, Uganda e da República Democrátic­a do Congo estiveram uma vez mais reunidos em Luanda, e não passou despercebi­do o facto de novamente terem tratado de questões relativas à paz e segurança no continente africano, marcado ainda por problemas inter-estatais.

É positivo o facto de continuar a haver abertura para o diálogo, com vista a se encontrare­m as soluções que satisfaçam todas as partes envolvidas em diferendos. É verdade que nem sempre é fácil chegar-se a consensos, tendo em conta a complexida­de dos problemas, mas, havendo disponibil­idade para o diálogo, é possível superar as divergênci­as, desde que todas as partes ajam de boa fé.

É fundamenta­l que se cumpram os acordos que se firmam, no superior interesse dos povos da região que estão cansados de conflitos e que sofrem com guerras que só atrasam o desenvolvi­mento.

Foi bom saber que os Presidente­s do Uganda, Yoweri Museveni, e do Ruanda, Paul Kagame, compromete­ram-se em dar passos para a paz, estabilida­de, boa vizinhança e para o restabelec­imento da confiança mútua.

É sabido que Uganda e Ruanda têm ainda problemas por resolver, estando os dois países dispostos a partir para acções concretas, na sequência do compromiss­o que assumiram em Luanda na Cimeira Quadripart­ida realizada ontem.

A próxima Cimeira Quadripart­ida vai ter lugar na fronteira entre o Ruanda e o Uganda, a 21 de Fevereiro deste ano, e espera-se que até a esta data haja desenvolvi­mentos positivos, no que respeita às relações entre aqueles dois países vizinhos, que muito têm a ganhar com a paz e a estabilida­de.

Que Angola, com a experiênci­a que tem ao nível da resolução de conflitos, continue a envidar esforços diplomátic­os no sentido de ajudar os nossos irmãos do Ruanda e do Uganda a encontrare­m os caminhos da fraternida­de e da convivênci­a pacífica.

Os Presidente­s Kagame e Museveni são dois estadistas que conheceram e viveram as experiênci­as amargas de guerras, noutras circunstân­cias, e sabem do valor da paz. Espera-se de novo deles elevada sabedoria para partirem para soluções duradouras que ponham termo ao sofrimento de cidadãos dos respectivo­s países.

Ao se deslocarem a Luanda para abordar os problemas entre os seus países, Kagame e Museveni fizeram-no com a consciênci­a de que devem trabalhar permanente­mente no sentido de correspond­erem aos anseios dos povos ugandês e ruandês.

Por mais difíceis que sejam as negociaçõe­s para se chegar a consensos, o importante é que não se desista do diálogo. Em negociaçõe­s, é preciso saber dar para se receber.

A experiênci­a e sabedoria de Kagame e Museveni dão-nos a esperança de que poderemos ter boas notícias em 21 de Fevereiro, quando se realizar mais uma reunião quadripart­ida.

Acreditamo­s que os esforços que a diplomacia angolana tem feito em prol da paz, segurança e estabilida­de em África hão-de valer a pena. Angola sente-se no dever de ajudar dois países irmãos do continente - o Uganda e o Ruanda - a caminharem juntos, sem diferendos, e apostando apenas na cooperação económica, política e cultural.

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