A força do legado
Sabemos as medidas, muitas delas amargas, foram e estão a ser tomadas. Temos o norte da defesa intransigente do Estado Democrático de Direito e da busca pelo desenvolvimento de Angola, com justiça social, para que aos que menos têm, seja oferecida uma participação justa nos sacrifícios, mas também justa nos benefícios
Amanhã um importante encontro vai iluminar os céus do país. Antes que alguém saia à rua com um telescópio em punho para esquadrinhar o infinito, reenquadremos a frase. A data importante, como os astrólogos saúdam um alinhamento de planetas, é a coincidência de duas efemérides fundantes da Angola que teremos neste 4 de Fevereiro.
Assim, se comemoram os 59 anos do início da Luta Armada de Libertação Nacional e também o lançamento oficial das comemorações do 45º aniversário da Independência, que seguem até o final do ano, atravessando a data precisa do 11 de Novembro.
Teremos neste dia as mensagens que estas datas de fundamental importância nos inspiram: a esperança e coragem que animaram um corajoso grupo de heróis a confrontar o jugo do colonizador com toda a exploração, violência, escravidão e segregação. Bravos patriotas que enfrentaram e alguns deram suas vidas nesta revolta histórica.
Ao mesmo tempo, o júbilo e a vontade de tomar o país nas mãos e levá-lo juntos a dias melhores. Estes, os sentimentos reinantes quando finalmente se comemoraria a Independência de Angola, causa tão arduamente perseguida pelos mais ousados inicialmente, mas logo por segmentos cada vez maiores da população.
É desejo do Executivo que as datas e todo o ano de celebração toquem cada cidadão e cidadã e levem a uma reflexão sobre até onde chegamos nestes anos de luta e depois, à independência. Sobre a nossa capacidade de enfrentar situações aparentemente intransponíveis.
Durante anos o colonizador tinha uma força incontestável e era difícil acreditar numa mudança. E conseguimos. Agora, nossas dificuldades não são pequenas, mas temos a grande vantagem de estarmos num país onde a unidade e a estabilidade foram alcançadas depois de busca árdua.
Sabemos de onde vieram as causas destes percalços: de fora, da conjuntura internacional da qual somos parte e engrenagem, mas também de dentro, pelos erros, permissividade e outros comportamentos que trouxeram grandes prejuízos para o país.
Sabemos as medidas, muitas delas amargas, foram e estão a ser tomadas. Temos o norte da defesa intransigente do Estado Democrático de Direito e da busca pelo desenvolvimento de Angola, com justiça social, para que aos que menos têm, seja oferecida uma participação justa nos sacrifícios, mas também justa nos benefícios.
O que a coragem e compromisso dos heróis nos propõem é ter sempre em mente que o caminho está traçado e que a conquista ao final vai justificar, e muito, tudo o que precisamos fazer para lá chegar.
O que se espera é que para além de cada solenidade, actividades comemorativas, desfiles ou outro acto, angolanos e angolanas se possam rever, reconheçam e se inspirem no legado que herdamos e precisamos levar adiante. * Director Nacional de Comunicação Institucional. A sua opinião não engaja o MCS.