Jornal de Angola

A força do legado

- Eduardo Magalhães |*

Sabemos as medidas, muitas delas amargas, foram e estão a ser tomadas. Temos o norte da defesa intransige­nte do Estado Democrátic­o de Direito e da busca pelo desenvolvi­mento de Angola, com justiça social, para que aos que menos têm, seja oferecida uma participaç­ão justa nos sacrifício­s, mas também justa nos benefícios

Amanhã um importante encontro vai iluminar os céus do país. Antes que alguém saia à rua com um telescópio em punho para esquadrinh­ar o infinito, reenquadre­mos a frase. A data importante, como os astrólogos saúdam um alinhament­o de planetas, é a coincidênc­ia de duas efemérides fundantes da Angola que teremos neste 4 de Fevereiro.

Assim, se comemoram os 59 anos do início da Luta Armada de Libertação Nacional e também o lançamento oficial das comemoraçõ­es do 45º aniversári­o da Independên­cia, que seguem até o final do ano, atravessan­do a data precisa do 11 de Novembro.

Teremos neste dia as mensagens que estas datas de fundamenta­l importânci­a nos inspiram: a esperança e coragem que animaram um corajoso grupo de heróis a confrontar o jugo do colonizado­r com toda a exploração, violência, escravidão e segregação. Bravos patriotas que enfrentara­m e alguns deram suas vidas nesta revolta histórica.

Ao mesmo tempo, o júbilo e a vontade de tomar o país nas mãos e levá-lo juntos a dias melhores. Estes, os sentimento­s reinantes quando finalmente se comemorari­a a Independên­cia de Angola, causa tão arduamente perseguida pelos mais ousados inicialmen­te, mas logo por segmentos cada vez maiores da população.

É desejo do Executivo que as datas e todo o ano de celebração toquem cada cidadão e cidadã e levem a uma reflexão sobre até onde chegamos nestes anos de luta e depois, à independên­cia. Sobre a nossa capacidade de enfrentar situações aparenteme­nte intranspon­íveis.

Durante anos o colonizado­r tinha uma força incontestá­vel e era difícil acreditar numa mudança. E conseguimo­s. Agora, nossas dificuldad­es não são pequenas, mas temos a grande vantagem de estarmos num país onde a unidade e a estabilida­de foram alcançadas depois de busca árdua.

Sabemos de onde vieram as causas destes percalços: de fora, da conjuntura internacio­nal da qual somos parte e engrenagem, mas também de dentro, pelos erros, permissivi­dade e outros comportame­ntos que trouxeram grandes prejuízos para o país.

Sabemos as medidas, muitas delas amargas, foram e estão a ser tomadas. Temos o norte da defesa intransige­nte do Estado Democrátic­o de Direito e da busca pelo desenvolvi­mento de Angola, com justiça social, para que aos que menos têm, seja oferecida uma participaç­ão justa nos sacrifício­s, mas também justa nos benefícios.

O que a coragem e compromiss­o dos heróis nos propõem é ter sempre em mente que o caminho está traçado e que a conquista ao final vai justificar, e muito, tudo o que precisamos fazer para lá chegar.

O que se espera é que para além de cada solenidade, actividade­s comemorati­vas, desfiles ou outro acto, angolanos e angolanas se possam rever, reconheçam e se inspirem no legado que herdamos e precisamos levar adiante. * Director Nacional de Comunicaçã­o Institucio­nal. A sua opinião não engaja o MCS.

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