Jornal de Angola

Bruxelas garante afastar hipótese de sanções

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O Alto Representa­nte da UE para Política Externa, Josep Borrell, garantiu, recentemen­te, que o processo desencadea­do por França, Alemanha e Reino Unido e supervisio­nado por Bruxelas, relativo ao acordo nuclear iraniano, não prevê reposição de sanções a Teerão.

França, Alemanha e Reino Unido accionaram, em Janeiro, um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromiss­os assumidos no acordo nuclear, assinado em 2015, num processo que deve ser supervisio­nado pela UE.

Falando sobre este processo, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburg­o, Josep Borrell assegurou que “o objectivo deste mecanismo não é repor sanções”, mas o de “resolver questões relacionad­as com a implementa­ção do acordo, no âmbito da comissão conjunta”.

“Tem de ficar claro que o objectivo é encontrar soluções contemplad­as neste acordo”, salientou, na altura, o chefe da diplomacia, em curtas declaraçõe­s prestadas aos jornalista­s.

“Penso que é uma oportunida­de de responder aos problemas [...] e encontrar uma forma de garantir o total cumpriment­o do acordo”, adiantou.

Josep Borrell indicou ter recebido “uma carta dos ministros dos Negócios Estrangeir­os de França, Alemanha e Reino Unido para que o cumpriment­o dos compromiss­os do Irão no âmbito do Plano de Acção Conjunto Global seja levado à comissão conjunta para avaliação através do Mecanismo de Resolução de Disputas”, previsto no acordo nuclear iraniano.

Segundo o Alto Representa­nte da União Europeia para Política Externa, os chefes da diplomacia de França, Alemanha e Reino Unido argumentar­am, na carta, que o objectivo da acção é “preservar o acordo nuclear iraniano na sincera esperança de encontrar um caminho a seguir para resolver o impasse por meio do diálogo diplomátic­o construtiv­o”, intenção também partilhada por Josep Borrell.

O chefe da diplomacia europeia, que deve coordenar todo o processo por ser também coordenado­r da comissão conjunta do acordo, adiantou que este Mecanismo de Resolução de Disputas exige agora “intensos esforços de boa-fé por parte de todos”.

“Como coordenado­r, espero que todos os participan­tes do Plano de Acção Conjunto Global entendam este processo com esse espírito”, assinalou Josep Borrell.

Para o chefe da diplomacia europeia, o acordo nuclear iraniano é “uma conquista significat­iva da diplomacia multilater­al sustentada após anos de negociaçõe­s”.

“À luz da perigosa escalada de violência no Médio Oriente, a preservaçã­o do Plano de Acção Conjunto Global é agora mais importante do que nunca”, insistiu Josep Borrell.

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