General na reserva defende a criação de “Fundação 4 de Fevereiro”
O Executivo angolano deve trabalhar na criação de uma “Fundação 4 de Fevereiro”, com estatuto de instituição de utilidade pública, para honrar melhor os iniciadores da luta de libertação nacional, sugeriu, em Luanda, o general na reserva José Fragoso.
Em declarações à Angop, a propósito do Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, assinalado ontem, o general considerou urgente que se transforme o actual Comité 4 de Fevereiro em Fundação, como instituição de utilidade pública autónoma, em termos administrativos e financeiros.
O também presidente do Conselho de Administração da “Fundação 27 de Maio” sugeriu que a fundação possa ter, entre outros desafios, a construção de uma universidade em Catete, município de Icolo e Bengo, em Luanda.
José Fragoso encorajou, por outro lado, os actores políticos e académicos a fazerem maior divulgação do valor histórico da data, junto da juventude angolana. Lembrou que este feito de coragem e determinação foi o primeiro grito patriótico “de facto” dos angolanos, cansados da repressão e da exploração colonial portuguesa, que culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
O general considerou fundamental que a data, em que patriotas angolanos desencadearam um ataque à Cadeia de São Paulo e à Casa de Reclusão, em Luanda, venha a ser comemorada sem rótulos políticos. Afirmou que “a história do 4 de Fevereiro de 1961 ainda é omissa” e devia aproveitar-se melhor os participantes desse feito ainda vivos, para transmitirem uma ideia mais próxima do que se passou.
Para José Fragoso, os combatentes iniciadores da luta armada de libertação nacional devem ter um estatuto especial e transmissível aos seus descendentes.
Só restam 20 sobreviventes
Em 1961, passavam das centenas, hoje são apenas 20 os bravos que ousadamente “eternizaram” o 4 de Fevereiro, uma das datas mais importantes da história secular de Angola.
Estes resistiram à saga do 4 de Fevereiro e continuam sobreviventes… Foram os precursores da Independência. Com excepção da general reformada Engrácia Cabenha, dos 20 sobreviventes, ninguém é tão conhecido como Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana e Neves Bendinha.