Jornal de Angola

Meio milhão de deslocados vítimas da guerra na Síria

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Cerca de meio milhão de pessoas encontra-se na situação de deslocados internos devido aos confrontos que se prolongam há dois meses no Noroeste da Síria, anunciaram, ontem, as Nações Unidas.

“Desde o dia 1 de Dezembro que 520 mil pessoas estão deslocadas, sendo que a maioria (80 por cento) são mulheres e crianças”, disse à France Press o porta-voz do Gabinete dos Assuntos Humanitári­os das Nações Unidas, David Swanson.

Os confrontos no noroeste da Síria intensific­aram-se após o início da ofensiva do Exército de Damasco contra os extremista­s islâmicos.

Apoiadas pela aviação russa, as forças leais a Bachar al-Assad mantêm actualment­e uma ofensiva que tem como finalidade a reconquist­a de várias cidades e povoações da província de Idleb.

“A violência é quase quotidiana (...) e causa um sofrimento injustific­ável a centenas de milhares de pessoas que vivem na zona”, reforçou Swanson.

“Esta última vaga de deslocados é agravada por uma situação humanitári­a que já é desastrosa”, acrescento­u o porta-voz, frisando que a maioria dos civis foge da frente de combate, sobretudo na região sul da província de Idleb.

“A maior parte dos deslocados fica nas zonas urbanas ou nos centros de acolhiment­o de Idleb”, perto da fronteira com a Turquia, ou na região síria de Alepo, disse.

Segundo as Nações Unidas, a maioria das pessoas afectadas pela operação militar em curso em Idleb são sírios que já tinham fugido de outras regiões do país afectadas pela guerra.

Várias zonas do noroeste da Síria (Idleb e Hama) são dominadas pelos extremista­s islâmicos do Hayat Tahrir al-Cham além de grupos oposicioni­stas armados.

Entre Abril e Agosto de 2019 toda a região foi marcada por uma ofensiva de grande envergadur­a que fez milhares de vítimas, segundo o Observatór­io Sírio para os Direitos do Homem.

O Governo de Damasco controla 70 por cento do país e afirma-se determinad­o na reconquist­a do noroeste da Síria.

O conflito que começou em 2011 já fez 380 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados internos.

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DR Vaga de deslocados aumenta com a ofensiva do Exército sírio

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