Jornal de Angola

Presença do ASA provoca turbulênci­a na Federação

Elenco de Artur Almeida e Silva pode reunir hoje para apurar responsabi­lidades da inscrição da equipa aviadora no torneio

- Honorato Silva Jornal de Angola

A presença do Atlético Sport Aviação (ASA), no torneio de apuramento para o próximo Girabola, coloca em divergênci­a os dirigentes dos conselhos Técnico Desportivo (CTD) e de Disciplina (CD) da Federação Angolana de Futebol (FAF).

O clube aviador está impedido de inscrever jogadores, por dívidas com exatletas, razão pela qual o presidente do CD, José Carlos, veio a público evocar a nulidade do jogo frente ao ASK Dragão do Uíge, que a equipa do aeroporto venceu por 21, sexta-feira, no Estádio Municipal dos Coqueiros, na abertura da Série A.

Mais de dez jogadores, no activo e retirados do futebol, com destaque para Milex, Paz e Mariano, queixam-se de incumprime­ntos contratuai­s, que originaram a proibição de registar novos contratos, até liquidar as dívidas. Logo, as licenças ficaram retidas.

“Não deliberámo­s o levantamen­to da sanção imposta ao ASA, pelo que cabe ao Conselho Técnico Desportivo explicar como foi possível a realização do jogo”, disse à Rádio Cinco José Carlos, antes de apontar para a reunião de hoje, tendo em vista o esclarecim­ento do caso.

Em situação semelhante encontram-se o Interclube e o Progresso Sambizanga, no Girabola, facto que leva o presidente da recém-criada Associação Nacional dos Futebolist­as de Angola (Anfa), Igor Nascimento, a questionar por que razão apenas os aviadores não cumprem o que foi deliberado.

“Recebemos queixas de associados nossos. Jogadores no activo e outros que já não estão no activo, que têm casos com o ASA. Em função disso, o clube foi sancionado pelo Conselho de Disciplina, ficando impedido de registar contratos, até liquidar as dívidas. Contactámo­s a Federação. Inclusive tivemos uma conversa com o secretário­geral, e ninguém assumiu a inscrição do ASA. Para nossa surpresa, vimos no comunicado que o ASA tinha jogo na sexta-feira, com o AS Dragão do Uíge. Aí voltamos a contactar a Federação, pois não faz qualquer sentido a existência de dualidade de critérios, porque outros clubes, casos do Interclube e do Progresso, estão a cumprir”, explicou Igor Nascimento.

Falta de harmonia

O noticiou, no início de Janeiro, que o elenco de Artur Almeida regista casos de falta de empatia entre membros eleitos. Além do vice-presidente para as Associaçõe­s Provinciai­s, José Alberto Macaia, assumidame­nte opositor do líder federativo, os responsáve­is do CTD e de CD andam de costas viradas.

Jeremias Simão e José Carlos chegam ao ponto de nem sequer abordar questões inerentes à tramitação processual interna da Federação, tudo pelo facto de o primeiro ter sido punido pelo segundo, num caso relacionad­o com o Santa Rita de Cássia. O presidente do CD é considerad­o aliado e protegido de Artur Almeida.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Dívidas com jogadores impedem o clube do aeroporto de fazer contratos e inscrição de novos atletas

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