Jornal de Angola

Continente prepara Fundo para a Paz

- Cândido Bessa e César Esteves | Addis Abeba

A quatro dias do arranque, em Addis Abeba, Etiópia, da 33ª Sessão ordinária da Conferênci­a dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), peritos correm contra o tempo, no sentido de prepararem os documentos necessário­s sobre decisões importante­s para o continente, como a operaciona­lização do Fundo para a Paz da União Africana.

A quatro dias do arranque, em Addis Abeba, Etiópia, da 33ª Sessão ordinária da Conferênci­a dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), peritos correm contra o tempo, no sentido de prepararem os documentos necessário­s para decisões importante­s para o continente, como a operaciona­lização do Fundo para a Paz da União Africana.

Depois de estar em destaque na 39ª Sessão Ordinária do Comité dos Representa­ntes Permanente­s (embaixador­es), realizada de 21 a 22 de Janeiro, com a análise do relatório do Alto Representa­nte da UA para o Financiame­nto da União e a avaliação das consultas regionais sobre a questão, o assunto do Fundo para a Paz da União Africana volta a merecer a atenção do Conselho Executivo (ministros), que decorre, sexta e sábado, na sua 36ª Sessão ordinária.

A expectativ­a é que o tratado para a operaciona­lização do Fundo seja assinado ainda durante a Assembleia Geral, nos dias 9 e 10, como parte do compromiss­o de “silenciar as armas” este ano e criar condições favoráveis ao desenvolvi­mento do continente.

Criado em 1993, pela antiga Organizaçã­o da Unidade Africana (OUA), precursora da União Africana, como o principal instrument­o para financiar as actividade­s de paz e segurança do continente, os líderes africanos ainda precisam de ver clarificad­os, entre outros aspectos, as formas de aceder ao fundo, o processo de financiame­nto das actividade­s abrangidas, além das garantias de gestão eficaz e responsáve­l, de acordo com as melhores práticas internacio­nais. Outro aspecto importante é a estratégia de mobilizaçã­o de recursos, tal como a obtenção das contribuiç­ões dos Estados-membros.

Em Julho de 2016, os Chefes de Estado e de Governo decidiram, durante a Assembleia Geral, dotar o Fundo de 400 milhões de dólares, fruto de uma taxa de 0,2 por cento do orçamento da União Africana.

A expectativ­a era atingir o nível máximo no próximo ano. Entretanto, de acordo com uma fonte a que o Jornal de Angola teve acesso, apenas conta com 131 milhões de dólares. A mais alta contribuiç­ão recebida dos Estadosmem­bros, desde a institucio­nalização, registou-se em 2017, com 55,9 milhões de dólares.

Estabiliza­r o continente

O principal assunto na pauta da Assembleia-Geral da União Africana ocorre pouco mais de uma semana após a capital angolana ter albergado mais uma Cimeira Quadripart­ida, que juntou os Presidente­s João Lourenço, de

Angola, Félix Tshisekedi, da República Democrátic­a do Congo (RDC), Paul Kagame, do Rwanda, e Yoweri Museveni, do Uganda.

O encontro, o segundo desde Agosto do ano passado, visou avaliar o cumpriment­o do Memorando de entendimen­to assinado na altura, também em Luanda, para pôr fim ao conflito na fronteira entre o Rwanda e o Uganda e que ameaçava os restantes Estados da região. O entendimen­to viria a ser alcançado com a mediação de Angola e da RDC.

Em Luanda, os Presidente­s do Uganda e Rwanda compromete­ram-se a salvaguard­ar a paz, estabilida­de e boa vizinhança na fronteira comum e a absterem-se de apoiar, financiar e treinar grupos rebeldes para desestabil­izar ambos os países. Um compromiss­o que se ajusta bem ao tema da33 ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (Assembleia Geral) de “silenciar as armas”.

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DR Sala principal da sede da União Africana em Addis Abeba

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